Tema: Justiça ou paz?
Parashat Yitró Jetro (Abundância)
Êxodo 18:1-20:26,
Isaias. 6:1-7:6; 9:6-7
Mateus 27:1-28:20
Ministrada por Simon Caplum
Nossa porção Yitro, contém o relato da maior revelação divina da história no Monte Sinai, começa com Yitro, sacerdote de Midiã, indo ver como estão se saindo seu genro Moisés e o povo que ele lidera.
A Parashat começa nos contando o que Yitro ouviu os detalhes dos milagres e continua descrevendo o que Yitro viu, e isso o preocupou.
Ele viu Moisés liderando o povo sozinho. O resultado foi ruim para Moisés e ruim para o povo. Isso é o que Yitro disse:
Êxodo 18:17 O sogro de Moisés, porém, lhe replicou: Não é bom o que fazes.
Você e essas pessoas que vêm a você se desgastarão. O trabalho é pesado demais para você; você não pode lidar com isso sozinho.
Ouça-me agora e eu lhe darei conselhos, e que D’us esteja com você …
Selecione homens capazes – homens que temem a Deus, homens de confiança que odeiam ganhos desonestos – e os nomeie como oficiais entre milhares, centenas, cinquenta e dezenas.
Faça-os servir como juízes para o povo o tempo todo, mas peça-lhes que tragam todos os casos difíceis a você; os casos simples eles mesmos podem decidir.
Isso vai deixar sua carga mais leve, porque eles vão dividir com você.
Se você fizer isso e D’us assim ordenar, você será capaz de suportar a tensão, e assim também todas essas pessoas chegarão a seu lugar em paz.” Êxodo 18: 17-23
Moisés aprendeu a delegar e compartilhar o fardo da liderança. Curiosamente, a frase “O que você está fazendo não é bom (ló tov)” é um dos dois únicos lugares na Torá onde a frase “não é bom” ocorre.
A outra é em Gênesis 2:18 “Não é bom que o homem esteja só”.
Não podemos liderar sozinhos; não podemos viver sozinhos. Esse é um dos fundamentos bíblicos.
A palavra hebraica para vida, chachayim הַחַיִּים, está no plural como se significasse que a vida deve ser compartilhada.
Foi o grande estudioso do século XIX, o Reb Netziv (Naftali Zvi Yehudah), que fez uma observação inesperada, sobre essa passagem:
É fácil entender como o conselho de Yitro ajudou Moisés. O trabalho era demais. Ele estava ficando exausto. Ele precisava de ajuda.
O que é menos fácil de entender é o seu comentário final: se, com a permissão de D’us, você delega, “assim também todas essas pessoas chegarão a seu lugar em paz”.
O povo não estava exausto; Moisés estava. Como o povo ganharia ao Moisés delegar? Todos os casos seriam ouvidos – mas não por Moisés. Como isso foi vantajoso para eles?
Se assim fizeres, e se dessa maneira D’us te instruir, poderás então suportar as dificuldades, e todo este povo voltará para suas habitações em paz!” Êxodo 18:23.
O Netziv começa citando o Talmud, Sanhedrin 6b. A passagem é sobre o que os sábios chamam de pesharah, ou seja, transigência, conciliação.
Esta é uma decisão de um juiz para buscar uma solução baseada na equidade ao invés da aplicação seca da lei.
É sinônimo de mediação, onde as partes concordam com uma resolução que ambas consideram justa.
É um modo de resolução de conflitos em que ambos os lados ganham, ao invés de justiça pura, em que um lado vence, o outro perde.
Isso é bom ou ruim? deve ser adotado ou evitado?
Rabino Eliezer, o Galileu, disse: é proibido mediar. . . em vez disso, deixe a lei perfurar a montanha.
E assim o lema de Moisés era: Deixe a lei perfurar a montanha. Aaron, no entanto, amava a paz e buscava a paz e fez a paz entre as pessoas. . .
R. Judá disse: é bom mediar, pois está escrito em:
Zacarias 8:16: Eis as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas;
Certamente, onde há justiça estrita, não há paz, e onde reina a paz, não há justiça estrita! Qual é então a justiça que convive com a paz? A mediação.
R. Judá segue: É até preferível, mediar – com uma ressalva, quando o juiz ainda não sabe quem está certo e quem está errado.
É essa incerteza no início da audiência que permite que uma solução equitativa seja escolhida em vez de uma estritamente legal.
Aplicando este princípio os israelitas nos dias de Moisés preferiam a justiça estrita à paz. Moisés não era homem para se comprometer ou mediar. Além disso, como era o maior dos profetas,
ele sabia quase instantaneamente qual das partes era inocente e qual era a culpada; e quem tinha direito e quem não tinha. Portanto, era impossível para Moisés mediar.
Por não terem o conhecimento intuitivo de Moisés da lei e da justiça, eles foram capazes de propor soluções equitativas.
E uma solução equitativa é aquela em que ambos os lados sentem que foram ouvidos; ambos ganham; ambos acreditam que o resultado é justo.
Este é o único tipo de justiça que cria paz.
É por isso que a divisão de julgamento em hierarquias não ajudaria apenas Moisés a evitar o esgotamento, mas também ajudaria “todas essas pessoas” a “alcançar a paz”.
Que ideia profunda. Moisés era o Homem de D’us
No entanto, havia uma coisa que ele não podia fazer, que outros – menos importantes podiam. Eles poderiam trazer paz entre as partes em conflito.
Não conhecendo a lei com a profundidade que Moisés conhecia, não tendo seu senso intuitivo da verdade, eles tiveram que exercer paciência.
Eles tiveram que ouvir os dois lados. Eles tinham que chegar a um veredito justo que ambas as partes pudessem ver como justo.
Um mediador tem dons diferentes de um profeta, é mais modesto, mas às vezes é mais necessário. Não é que um tipo deva ser preferido do que outro. Todos consideravam Moisés o maior líder e profeta que Israel já teve.
Nenhum indivíduo tem todas as virtudes necessárias para sustentar um povo. Um sacerdote não é um profeta (embora alguns, como Samuel e Ezequiel fossem).
Um rei precisa de virtudes diferentes de um santo. Um líder militar não é um homem de paz. Pode até se tornar um no futuro.
O que Reb.Netziv coloca como um profundo significado é a ideia de que não podemos viver nem liderar sozinhos.
O Judaísmo não é uma fé negociada na privacidade da alma é uma fé social. É sobre famílias, comunidades e, em última análise, uma nação, na qual cada um de nós, grande ou pequeno, tem um papel a desempenhar.
“Não desprezeis a ninguém e nada desprezes”, disse Reb.Ben Azzai , “porque não há ninguém que não tenha a sua hora, e nada que não tenha o seu lugar”.
Havia algo que indivíduos comuns escolhidos como cabeças de milhares, cabeças de centenas e cabeças de dezenas podiam alcançar que nem mesmo Moisés em toda a sua glória poderia alcançar.
É por isso que uma nação é maior do que qualquer indivíduo e cada um de nós tem algo a doar.
Os Dez Mandamentos são o código religioso e moral mais famoso da história. Até recentemente, eles enfeitavam os tribunais americanos.
Eles ainda decoram a maioria das sinagogas.
Rembrandt deu-lhes uma forma artística em seu retrato de Moisés prestes a quebrar as tábuas ao ver o bezerro de ouro.
Este quadro está exposto no Museu de Berlim.
As tábuas gêmeas com seus dez mandamentos são o símbolo da lei eterna sob a soberania de Deus.
É importante lembrar, que os “dez mandamentos” não são dez mandamentos. A torá os chama de aseret hadevarim (10 palavras) veja:
וַיְהִי-שָׁם עִם-יְהוָה, אַרְבָּעִים יוֹם וְאַרְבָּעִים לַיְלָה–לֶחֶם לֹא אָכַל, וּמַיִם לֹא שָׁתָה; וַיִּכְתֹּב עַל-הַלֻּחֹת, אֵת דִּבְרֵי הַבְּרִית–עֲשֶׂרֶת, הַדְּבָרִים.
:Êxodo 34:28 Moisés ficou ali com o SENHOR quarenta dias e quarenta noites, sem comer pão e sem beber água. E escreveu sobre as Tábuas de pedra as palavras da aliança: as Dez Palavras
e a tradição os chama de aseret hadibrot, significando os “dez princípios” ou “dez enunciados”.
Esses princípios frequentemente continham uma declaração dupla das leis, primeiro um esboço geral, depois detalhes específicos.
Essa é a relação entre os “dez princípios” e os mandamentos detalhados da Parashat Mishpatim (Êxodo 22-23).
Os primeiros são o esboço geral, os princípios básicos da lei. Normalmente eles são retratados, como dois conjuntos de cinco, o primeiro lidando com as relações entre nós e D’us (incluindo honrar os pais, pois eles nos criaram),
o segundo com as relações entre nós e nossos semelhantes.
Encontramos o estranho mandamento que é o 10º
Êxodo 20:17 Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.
Isso é diferente de todas as outras regras. Inveja, cobiça, desejar o que outra pessoa possui, é uma emoção, não uma ação.
Então, como a inveja pode ser proibida? Certamente, só faz sentido proibir assuntos que estão sob nosso controle. E por que a inveja importaria se não prejudica em nada outras pessoas?
Parece-me, que a Torá está transmitindo uma série de verdades fundamentais que normalmente esquecemos ao longo de nossas vidas.
Primeiro, o que acreditamos afeta o que sentimos.
Em segundo lugar, a inveja é um dos principais motores da violência na sociedade.
Foi o que levou Iago a enganar Otelo (Otelo o Mouro de Veneza) obra de Shakespeare com consequências trágicas.
O que levou Caim a assassinar Abel foi a inveja. A inveja estava também no centro do ódio dos irmãos por José.
Eles se ressentiam do tratamento especial dado por seu pai a José, da capa bordada que ele usava e de seus sonhos de se tornar o governante.
Foi isso que os levou a pensar em matá-lo e, eventualmente, vendê-lo como escravo.
Rene Girard, em seu clássico A Violência e o Sagrado, diz que a causa mais básica da violência é o desejo de ter o que o outro tem, que em última análise, é o desejo de ser o que o outro é.
A inveja pode levar à quebra de outros mandamentos: pode levar as pessoas ao adultério, roubo, e até mesmo ao assassinato.
Os judeus têm motivos especiais para temer a inveja que desempenhou um papel importante na existência do antissemitismo.
Os não-judeus invejavam os judeus por sua capacidade de prosperar na adversidade como o estranho fenômeno na Parashat Shemot que:
“quanto mais os afligiam, mais eles cresciam e mais se multiplicavam”. Êxodo 1:12
É essencial que nós devemos nos comportar com uma medida extra de humildade e modéstia.
Portanto, a proibição da inveja não é tão estranha. É a força mais básica que impede a harmonia que é o objetivo dos Dez Mandamentos.
A Torá não apenas proibiu a inveja; mas também nos ajuda a superá-la.
São os três primeiros mandamentos, nos lembrando da presença de D’us na história e em nossas vidas, e os três segundos, nos lembrando de nossa criação, que nos ajudam a superar a inveja.
Estamos aqui porque D’us queria que estivéssemos. Temos o que D’us queria que tivéssemos. Por que então devemos buscar o que os outros têm?
É quando deixamos de nos espelhar em D’us e passamos a nos espelhar em outras pessoas é que haverá competição, contenda, cobiça e inveja, que são coisas do maligno e entram em nossas mentes trazendo infelicidade.
Se eu conseguir satisfazer a minha própria inveja, só o farei à custa de provocar a sua, num ciclo que não trará um bom final.
O antídoto para a inveja é a gratidão. “Quem é rico?” perguntou Rabi Ben Zoma, e respondeu: “Aquele que se alegra com o que tem”.
Há uma boa prática de oração que, feita diariamente, é transformadora de vidas. As primeiras palavras que devemos dizer ao acordar são:
Modeh ani lefanecha, “Obrigado, Rei vivo e eterno”. Agradecemos antes de pensar. Viver com Hashem é gratidão com atitude.
Quando somos curados de deixar a felicidade de outras pessoas diminuir a nossa, liberamos uma benção que nos permite celebrar o que temos
em vez de pensar sobre o que outras pessoas têm, e ser o que somos em vez de querer ser o que não somos.
Ibn Ezra diz que apenas cobiçamos o que sentimos estar ao nosso alcance. Não invejamos aqueles que sabemos que nunca poderíamos nos tornar.
A expressão judaica de agradecimento, gratidão e reconhecimento é Baruch Hashem, que significa “Graças a Deus” ou “Louvado seja o Senhor”.
Portanto, toda vez que dizemos Baruch Hashem, estamos ajudando a fazer um trono para a Shechiná, a Presença Divina.
As palavras Baruch Hashem aparecem na Parashat desta semana. Mas não são faladas por um judeu. A pessoa que fala é Yitro, o sogro de Moshe.
Reunindo-se a Moshe após o Êxodo, trazendo com ele a esposa e os filhos de Moshe, e ouvindo de seu genro tudo o que havia acontecido no Egito,
Então Jetro disse: “Louvado seja o Senhor [Baruch Hashem], que vos libertou da mão dos egípcios e da mão do Faraó, e libertou o povo da submissão aos egípcios. Êxodo 18:10.
Três pessoas na Torá usam esta expressão – e todos eles não são judeus, pessoas fora da aliança abrâmica.
O primeiro é Noach:
“Louvado seja o Senhor [Baruch Hashem], o D’us de Shem” Gênesis 9:26.
O segundo é o servo de Abraão, Eliezer, a quem ele envia para encontrar uma esposa para Isack:
“Louvado seja o Senhor, [Baruch Hashem] o D’us de meu mestre Avraham, que não abandonou sua bondade e fidelidade ao meu mestre” Gênesis. 24:27.
O terceiro é Yitro na parashá desta semana.
Isso é significativo? Por que esse louvor a D’us é dito por Noach, Eliezer e Yitro, enquanto os israelitas, com exceção da Canção no Mar (Shirá), ouvimos apenas reclamações?
Pode ser simplesmente que esta seja a natureza humana: vemos mais claramente o que está faltando em nossas vidas, enquanto outros veem mais claramente as bênçãos que recebemos.
Reclamamos, enquanto outros se perguntam do que estamos reclamando quando temos tanto a agradecer. Essa é uma explicação.
No entanto, é possível um outro ponto de vista. A Torá está sinalizando que o D’us de Israel é o D’us de toda a humanidade, embora a religião de Israel não seja a religião de toda a humanidade.
Como disse Rabi Akiva: “Amada é a humanidade, pois foi criada à imagem de D’us. Amado é Israel, pois são chamados filhos de D’us”.
Acreditamos que D’us é universal. Ele criou o universo. Ele criou as estrelas, os planetas, a vida e a humanidade. Sua preocupação não se limita a Israel.
Você não precisa ser judeu para ter senso de reverência pelo Criador ou reconhecer, como Yitro fez, Sua mão está em todos os milagres.
Seria difícil encontrar outra religião que conferisse esta dignidade a pessoas que estão fora de suas fronteiras.
Isso é verdade não apenas para as três figuras que disseram Baruch Hashem. A Torá chama o contemporâneo de Avraham, Malkizedek, rei de Salem, um “Sacerdote do D’us Altíssimo”.
Ele também abençoou a D’us: “Bendito seja Avram pelo D’us Altíssimo, Criador do céu e da terra. E bendito seja o D’us Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos” Génesis 14: 19-20.
Veja que o título de nossa Parashat , que contém os Dez Mandamentos, bem como o evento mais significativo de toda a história judaica, a aliança no Sinai, carrega o nome de um não-judeu.
Além do mais, imediatamente antes da revelação no Sinai, a Torá nos diz que foi Yitro, o sacerdote midianita, ensinou Moshe a organizar a liderança do povo.
Isso são expressões de generosidade espiritual para aqueles que estão fora do convênio.
No primeiro dia de Rosh Hashanah, além de ler sobre o nascimento de Isack, lemos sobre como um anjo veio no auxílio de Hagar e Ismael:
Gênesis 21: 17-18. Não tenha medo. D’us ouviu o menino chorar deitado ali. Levante o menino e segure-o pela mão, porque farei dele uma grande nação”
Ismael não seria um portador da aliança, mas foi resgatado e abençoado.
No Yom Kippur, depois de passarmos a maior parte do dia jejuando, lemos o livro de Yonah, onde o Profeta disse apenas 6 palavras:
“Em quarenta dias Nínive será destruída”
E então toda a população – assírios, inimigos de Israel – se arrependeu. A tradição considera isso um modelo de arrependimento coletivo.
Lemos a profecia de Zacarias que diz que todas as nações virão a Jerusalém para celebrar o festival de Sucot. Zacarias 14:16-17:
16 Depois que todos esses eventos passarem, os sobreviventes das nações que vieram lutar contra Jerusalém subirão uma vez por ano até a Cidade a fim de adorar e cultuar Yahweh, o SENHOR Todo-Poderoso como Rei, e para celebrar a Festa de Sûkkâh, dos Tabernáculos ou Cabanas. 17 Mas se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém para adorar o Rei, o Eterno dos Exércitos, as chuvas não cairão sobre essa gente.
Esses são três exemplos impressionantes de universalismo. Eles não implicam que com o passar do tempo todos se converterão ao Eterno.
Em vez disso, na plenitude do tempo todos reconhecerão o único D’us, Criador e Soberano do universo. Isso é uma coisa bem diferente.
Essa ideia de que você pode ficar fora da fé e ainda assim ser reconhecido pelas pessoas na fé como alguém que reconhece D’us, é realmente muito rara.
Muito mais comum é a abordagem de um deus e uma verdade. Quem quer que esteja fora dessa “verdade” é ímpio, não salvo, ou infiel, não redimido, uma classe inferior da humanidade.
Por que então o Judaísmo distingue entre a universalidade de D’us e a particularidade de nosso relacionamento com Ele?
Resposta: porque isso nos ajuda a resolver o maior problema que a humanidade enfrentou desde os primeiros tempos. Como posso reconhecer a dignidade e integridade do ‘outro’?
A história escreveu na mente humana a capacidade de altruísmo somente para com pessoas como nós e agressão para com as pessoas que não são como nós.
Nós somos bons, eles são ruins. Somos inocentes, eles são culpados. Temos verdade, eles têm mentiras. Temos D’us do nosso lado, eles não. Muitos crimes de nação contra nação são devidos a este motivo.
É por isso que o Tanach ensina o contrário. Noach, Eliezer e Yitro eram o povo de D’us sem serem membros de Israel.
Até mesmo o povo de Nínive tornou-se um exemplo de como dar ouvidos a um Profeta e se arrepender.
D’us abençoou Ismael e também Isack. Essas são lições poderosas.
É difícil pensar em um princípio mais convincente para este século.
Existe um descompasso entre nossos problemas e as soluções disponíveis. Precisamos encontrar uma maneira de combinar nossa humanidade universal com nossa particularidade cultural e religiosa.
Isso é o que a Torá está fazendo quando nos diz que Noach, Eliezer e Yitro disseram Baruch Hashem. Eles agradeceram a D’us, assim como nós, hoje, agradecemos a D’us.
D’us é universal. Portanto, a humanidade, criada à Sua imagem, é universal. Mas a revelação e a aliança no Monte Sinai foram particulares. Eles pertencem à nossa história, não à história universal da humanidade.
Acredito que essa capacidade de ser ao mesmo tempo particular em nossa identidade e universal em nosso compromisso com o futuro humano é uma das mensagens mais importantes que nós, devemos entregar a humanidade.
Somos diferentes, mas somos humanos. Portanto, vamos trabalhar juntos para resolver os problemas que só podem ser resolvidos juntos. Pois no Mashiach Yeshua somos um só povo.
Romanos
11.25 Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.
11.26 E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades.
Eu vejo o capítulo de Romanos 11, como uma demonstração da Soberania de D´us, pois Ele foi quem cegou os olhos dos judeus e os tornou surdos quanto à salvação em Yeshua.
Por amor, Ele cortou os ramos naturais da Oliveira para que gentios fossem enxertados. Ou seja, por amor as nações, que Israel ainda não foi salvo em sua totalidade,
pois Israel tem sido salvo em parte, isto é, aqueles judeus que creram no Messias Yeshua como Pedro, Paulo, João, Eu e tantos milhares de outros judeus desde o primeiro século até aos dias de hoje.
Quando diz que todo o Israel será salvo, não quer dizer 100% dos judeus hoje existentes. Não pode ser 100% porque existe o livre arbítrio também para a salvação de Israel,
pois embora D´us tenha um chamado para o meu povo, vale a regra do livre arbítrio, pois eles precisam decidir, escolher e receber Yeshua como qualquer outra pessoa.
Afinal, todos foram colocados no mesmo nível de desobediência. Portanto, os judeus precisarão também crer no Messias para a Salvação, judeus e gentios sendo UM em Yeshua.
O coração de pedra será transformado em carne, e D´us dará aos judeus um novo Espírito, isto é, em Yeshua se nasce de novo em Espírito, para a salvação, e se dermos frutos Nele, teremos a eternidade.
Que Hashem abençoe a todos, no amor dele,
Shabat Shalom