Tema : O Poder do Elogio
Parashat Tazría- Metsorá (Conceber)
Lv l2:1-13:59,
2 Rs. 4:42-5:19,
Mateus 8:1-4
Salmo : 106
Primeira Leitura 12:1-2
“Falou mais YHWH a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se uma mulher conceber e der à luz um menino, será imunda sete dias, assim como nos dias da separação da sua enfermidade, será imunda.”
Conceber não é o mesmo que dar à luz. A concepção ocorre normalmente 38 semanas antes de um parto normal. O momento da concepção terá influência no futuro do menino.
Se os pais se relacionam intimamente em santidade e pureza, a criança é concebida em santidade e pureza.
Se um dos pais tem lascívia sexual, esse espírito é transmitido ao feto no momento da concepção e no futuro é muito provável que essa criança tenha problemas para dominar os seus desejos sexuais.
1 Tessalonissences 4:3-5: “Porque esta é a vontade de Elohim, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição; Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; Não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Elohim.”
A palavra “vaso” é uma referência ao corpo. Neste caso, provavelmente refere-se ao corpo da esposa. É importante tratar a esposa com santidade e honra, e não como os gentios que não dominam os seus instintos animais.
Depois do parto de um filho menino, a mulher fica num estado de impureza ritual, em hebraico “tamé” como no tempo da sua menstruação.
A palavra hebraica que foi traduzida como “separação” é nidá, e significa “impureza”; “separação”; “menstruação”, e vem da raiz “nadad” que significa “errar”, “fugir”, “afastar-se”.
A ideia que nos dá a Torá, é que o tempo de “nidá” é um tempo de afastamento da mulher em relação ao seu marido, para se curar das feridas internas.
Segundo a Torá, este período é de sete dias, (Levítico 15:19). Depois do período de nidá, ela submerge-se em águas purificadoras(Mikvé) para se poder unir novamente ao seu marido.
No caso do nascimento de um menino, a mãe entra num estado de nidá durante os primeiros sete dias depois do parto. O dia do parto é contado como o primeiro dia, ainda que falte apenas uma hora para o pôr-do-sol, o início de um novo dia.
Ao final do sétimo dia submerge-se numa mikvé para se purificar. Segundo o ensino farisaico, pode unir-se com o seu marido.
12:3 “E no dia oitavo se circuncidará ao menino a carne do seu prepúcio.”
A circuncisão faz-se no mesmo dia da semana em que nasceu. Se um menino nasce num sábado, é circuncidado no sábado seguinte. Se nasce uma terça-feira, é circuncidado na terça-feira da semana seguinte.
A circuncisão é o sinal do pacto entre o Eterno e toda a descendência de Abraão, como está escrito em Génesis 17:11-13: Aqui o Eterno, através de Moisés, revalida o pacto que foi dado aos patriarcas.
A circuncisão não vem da época de Moisés, mas sim dos patriarcas. Moisés não podia anular nada do que tinha sido estabelecido anteriormente. O pacto da circuncisão não pode ser anulado pelo pacto do Sinai.
Da mesma forma, o pacto renovado não pode anular os pactos anteriores, nem alterá-los. Um pacto posterior sempre se baseia sobre um pacto anterior.
Cada pacto novo que é introduzido confirma um pacto anterior e acrescenta algo mais para a santificação do povo. Isto nos ensina que o novo pacto, que foi introduzido pelo Messias, não pode anular os pactos anteriores.
O que faz o novo pacto é introduzir novos elementos que fazem subir o povo a um nível superior de santidade e de poder, não para revogar o que fora anteriormente instituído.
Um pacto renovado implica uma maior abrangência. O pacto renovado pelo sangue de Yeshua não anula nada do pacto feito com Abraão, Isaque e Jacob, pelo contrário, leva as promessas feitas aos patriarcas, a todo aquele que aceita o testemunho de Yeshua.
Relativo à circuncisão, o oitavo dia é o melhor momento para circuncidar o menino. É o dia em que a coagulação do sangue é mais eficaz do que em qualquer outro momento da vida.
Além disso, antes de ser instituído o pacto da circuncisão, cada menino terá experimentado, pelo menos, um Shabat. Se um menino judeu não é circuncidado, é rompido o pacto com Abraão.
Para ser judeu tem que se estar circuncidado na carne. O homem foi chamado a servir ao Eterno de uma forma diferente da mulher. Portanto é importante que o filho homem seja introduzido no culto diante de YHWH o quanto antes.
Pela Brit Milá, o pacto da circuncisão, será assinalado no seu corpo, o sinal da responsabilidade de se apresentar diante do Eterno durante toda a sua vida, cf
Êxodo 23:17: “três vezes ao ano se apresentará todo o varão…”
12:4 “Depois ficará ela trinta e três dias no sangue da sua purificação; nenhuma coisa santa tocará e não entrará no santuário até que se cumpram os dias da sua purificação.”
Daqui aprendemos quais são as duas proibições relativamente a uma pessoa tamé (Impura): não lhes é permitido tocar ou comer as coisas consagradas. Tampouco poderá entrar no santuário.
Não se pode comer do cordeiro da Páscoa em Jerusalém no estado de tamé. Este texto ensina que ainda que haja mais derramamento de sangue durante os 33 últimos dias da sua purificação, não é necessário acrescentar mais tempo aos 40 dias totais.
Aqui não se aplica a mesma lei da menstruação, quando se acrescentam mais sete dias, caso haja fluxo de sangue fora do tempo da semana de nidá.
12:5 “Mas, se der à luz uma menina será imunda duas semanas, como na sua separação; depois ficará sessenta e seis dias no sangue da sua purificação.”
Tanto o tempo de nidá como o de tamé dura o dobro se o nascimento for de uma menina. A Torá não explica a razão pela qual isso acontece.
O Eterno marca uma diferença entre o homem e a mulher. Mas o homem moderno tenta anular essa diferença e pensa que a igualdade é o mesmo que a eliminação das diferenças.
O fato de fazer com que a mulher fique mais tempo em recuperação depois do nascimento de uma menina, não é para descriminar a mulher ou o homem, mas sim por outras razões que não estão definidas na Torá.
O certo é que todos os mandamentos foram dados para o bem do homem. Temos que aceitar esta verdade, ainda que não a entendamos. Contudo, podemos encontrar algumas explicações que nos podem dar um pouco de luz sobre esta diferença.
Os pediatras modernos provaram que depois do nascimento de uma menina, ela tem mais necessidade psicológica do que um menino de permanecer perto da sua mãe.
Logo este mandamento foi dado, entre outras razões, para ajudar a menina a ter um bom desenvolvimento psicológico, e possivelmente, também a mãe.
O menino e a menina têm a necessidade de afirmar a sua identidade sexual como homem e mulher respectivamente.
Portanto o menino precisa do seu pai para poder se identificar com ele para poder desenvolver-se corretamente, e a mesma necessidade tem a menina relativamente à sua mãe.
Uma vez que a identidade sexual é afirmada, o menino e a menina são atraídos pelo sexo oposto, que é um desenvolvimento perfeitamente natural.
Por isso, podemos ver que quando um menino cresce, começa a desenvolver uma relação especial com a sua mãe, e a menina com o seu pai. Esta é uma forma natural para se preparar para o matrimonio futuro.
A distinção entre homem e mulher é parte do ser humano. Um menino deve aprender a ser masculino e a uma menina a ser feminina. Parte do plano de Satanás para destruir o homem é anular a diferença dos sexos.
Nestes últimos tempos as práticas homossexuais de Sodoma e Gomorra voltaram a ganhar bastantes adeptos pelo mundo.
O Eterno instituiu a diferença entre o homem e a mulher, e essa distinção é benéfica e necessária para que a família e a sociedade sejam sãs. O menino tem que aprender a viver com essa diferença em relação à sua mãe, e a menina com o seu pai.
Somos diferentes, mas precisamos um do outro para que tudo funcione corretamente, porque o Eterno nos fez macho e fêmea. Essa relação faz com que cada indivíduo funcione corretamente.
A ausência de um dos pais transtorna o processo de aprendizagem dos filhos. Os primeiros seis anos de vida são fundamentais no desenvolvimento psicológico de cada pessoa.
Ambos os sexos, homem e mulher, necessitam da sua mãe nesse tempo. A ausência da mãe provoca dano psicológico no filho.
Se a mãe deixa que o seu filho ou a sua filha esteja muito tempo sob o cuidado de outras pessoas, provocará mazelas no desenvolvimento da sua alma.
A mãe foi capacitada para ser a melhor pessoa para cuidar dos seus filhos, especialmente nos primeiros anos de vida. O contacto com o pai também é vital para o bom desenvolvimento do menino.
Mas especialmente durante os primeiros anos de vida, a presença da mãe cria no menino um fundamento de confiança que é necessário na relação com o Pai celestial.
Através da mãe o menino aprende como é a ternura do Eterno, através do cuidado da mãe, o menino aprende que o Eterno o ama, cuida dele, alimenta-o, satisfá-lo e acima de tudo, está presente.
O sentimento da presença do Eterno é estabelecido pela mãe durante os primeiros anos da vida do menino.
Não é bom deixar uma criança chorar na sua cama até que adormeça. A criança tem que sentir que a mãe e o pai estão presentes a todo o momento, ainda que não esteja na mesma habitação.
O efeito do sentimento de solidão nos primeiros anos de vida do menino é desastroso. A presença dos pais faz com que o menino aprenda que o Eterno está presente a todo o momento e em todo o lugar, vendo-o, e cuidando dele.
A ausência da mãe ou do pai durante os primeiros anos de uma criança contribui para que a criança facilmente tenha problemas para perceber que os olhos do Eterno o observam a todo o instante.
Muitas mães desta sociedade moderna entregam os seus filhos aos cuidados de babás para dedicarem a sua vida ao trabalho, que para elas são mais importantes do que estar com os seus filhos.
Esta falta de responsabilidade está criando uma geração de filhos que não são conscientes da presença do Eterno nas suas vidas. São vazios e terão dificuldades para cultivar uma relação pessoal com o Eterno.
Para eles D’us está demasiado longe para poder comunicar com eles, ou mesmo que pudesse, não iria se interessar pela vida pessoal de um jovem. Nada mais longe da verdade.
Este vazio emocional foi criado pela ausência da mãe durante os primeiros anos da vida dos nossos jovens.
Estamos vivendo um tempo de restauração de muitas coisas e temos que retomar estas verdades para que os nossos filhos não sejam uma presa fácil para o falso profeta
que se levantará para enganar e arrastar aqueles que não são conscientes da presença do Eterno nas suas vidas.
Há outros aspectos do caráter do Eterno que a criança pequena aprende através da sua mãe. Em primeiro lugar, conhecerá a misericórdia do Eterno.
Do pai, aprenderá a justiça do Eterno, as normas, as consequências do pecado, etc. Ambos são vitais, para que o menino conheça o Eterno, desde a sua infância, antes que possa compreender as Escrituras.
Os pais vivem o caráter de YHWH na relação com os seus filhos. O papel dos pais é refletir o Eterno na vida da criança, cf
Efésios 6:4: “E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.”
O Eterno é o exemplo que os pais devem seguir para a educação dos seus filhos. Como Ele faz com os seus filhos, assim devem fazer os pais com os seus filhos, cf
Hebreus 12:7-10: “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos. Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade.”
12:6 “E, quando forem cumpridos os dias da sua purificação por filho ou por filha, trará um cordeiro de um ano por holocausto, e um pombinho ou uma rola para expiação do pecado, diante da porta da tenda da congregação, ao sacerdote.”
A mãe terá que se apresentar no templo depois do parto. Ela terá que entregar dois animais para dois sacrifícios, de ascensão e do pecado, olá e chatat.
Olá representa a entrega total. Isto nos ensina em primeiro lugar, que a mãe agora tem a oportunidade de renovar a sua entrega ao Eterno, através deste sacrifício.
Apesar do nascimento do filho ou de uma filha, ela tem que continuar a viver para YHWH.
O nascimento de um filho constituí uma das coisas mais impressionantes na vida de uma mulher. É fácil que se esqueça o compromisso com o Eterno.
É fácil ver o menino tomar o lugar d’Ele para se tornar o mais importante da sua vida. Mas ela terá então que reconhecer que o nascimento constituiu o cumprimento de um chamado do Eterno.
Ele quer que ela tenha filhos. Conforme ela se entrega a Ele, poderá educar os seus filhos corretamente, segundo a Sua vontade.
Por outro lado o sacrifício de olá representa a entrega da criança ao Eterno. Os filhos não pertencem aos pais, mas sim ao Eterno.
Os pais têm a responsabilidade de educar as crianças no caminho de Deus, porque nasceram para Ele.
O Eterno quer ter uma descendência de muitos filhos. Os pais colaboram com Ele para que tenha muitos filhos, e assim cumprem com o Seu desejo.
A olá que a mãe tem que entregar ao Eterno representa esta verdade. No momento de oferecer a olá ela não se entrega apenas a si mesma, mas também o seu filho ao Eterno.
“e um pombinho ou uma rola para expiação do pecado”
Porque razão a mulher teria que dar uma oferta pelo pecado? Qual foi o pecado da mulher? Podemos encontrar várias respostas:
- O pecado entrou no mundo pela mulher, e mediante o sacrifício do pecado ela faz expiação por esse erro. (Bechai)
- Todo o processo de procriação foi afetado quando o pecado entrou no mundo. Um parto doloroso é o resultado do pecado de Eva, cf. Génesis 3:16.
A concepção e o parto de uma criança dão-se num mundo de pecado, como está escrito no Salmo 51:5: “Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.”
- O yestser hará (inclinação para praticar o mal) é transmitido à criança quando é formada. É uma herança pecaminosa. Por essa transmissão há uma culpa sobre a mãe e tem que apresentar um sacrifício pelo pecado.
- A mulher não pode gerar um filho perfeito, sem pecado.
Terá que apresentar a oferta, por ter trazido ao mundo um ser pecador, contrariamente aquilo que o Eterno desejou desde o princípio.
Todo o macho primogênito será consagrado ao Senhor
a) A redenção do primogênito:
O preço de resgate para um menino primogênito era de cinco shekels. Este preço podia ser pago a partir dos 30 dias de vida do menino. A ideia por trás do preço de resgate é, que todo o varão primogênito pertence ao Eterno para ser sacerdote.
Além disto, os primogênitos foram especialmente consagrados quando todos os primogênitos dos egípcios foram mortos pelo anjo destruidor.
Um cordeiro foi sacrificado para lhes preservar a vida dos primogênitos dos filhos de Israel justamente antes da sua saída da escravidão.
Nesse momento o Eterno santificou para si todos os primogênitos de Israel. Contudo pelo pecado do bezerro de ouro, os primogênitos perderam o direito de ser sacerdotes. Esse direito foi passado aos levitas.
Ainda assim, os varões primogênitos pertencem ao Eterno de uma forma especial. Por isso terão que ser apresentados diante d’Ele no templo um mês depois do seu nascimento para assim ser redimidos e poder voltar a estar com os seus pais.
Se Israel não tivesse pecado com o bezerro de ouro, Yeshua seria um dos sacerdotes no templo em Jerusalém.
b) A purificação da mãe, depois de 40 dias.
Lucas 2:22 está escrito: “E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor”
Depois de 40 dias, Maria já estava ritualmente limpa para poder entrar no templo.
c) Apresentação de sacrifícios pela mãe, após 40 dias.
O normal era que a mulher apresentasse um cordeiro como olá e uma ave como chatat. Mas se não tivesse recursos para dar um cordeiro poderia dar dois pássaros, como lemos em
Levítico 12:8: “Mas, se em sua mão não houver recursos para um cordeiro, então tomará duas rolas, ou dois pombinhos, um para o holocausto e outro para a propiciação do pecado; assim o sacerdote por ela fará expiação, e será limpa.”
José e Maria não tinham dinheiro suficiente para oferecer um cordeiro. O maravilhoso aqui é que já tinham um cordeiro. Esse cordeiro foi entregue ao Eterno e logo redimido.
Por isso não necessitavam de outro cordeiro, apenas de dois pássaros, que representava a entrega total da mãe e do filho ao Eterno.
Maria não transmitiu yestser hará a Yeshua, Ele não tinha “carne de pecado”; não tinha pecado, na sua carne.
Maria deu à luz um corpo que tinha a “semelhança de carne de pecado” mas não “carne de pecado”, somente a semelhança.
Yeshua não tinha um corpo glorioso como o havia tido Adão antes de cair. Apesar de Yeshua ser incorruptível, estava em carne, e essa carne que é semelhança da carne do pecado.
13:2 “Quando um homem tiver na pele da sua carne, inchação, ou pústula, ou mancha lustrosa, na pele de sua carne como praga da lepra [tsaráat], então será levado a Arão, o sacerdote, ou a um de seus filhos, os sacerdotes.”
Aqui a Torá introduz o tema acerca da impureza causada por uma praga que é chamada “tsaráat”. Essa praga não tem os mesmos sintomas que a enfermidade chamada “lepra”.
Portanto, ao traduzir a palavra “tsaráat” como “lepra” cria-se uma ideia equivocada aos leitores. Aqui não se trata de lepra, mas sim de outra coisa.
Há duas ideias fundamentais relativamente a esta praga. Alguns dizem que se trata de uma enfermidade extinta, mas a maioria dos analistas, pensam que é uma praga sobrenatural que o Eterno coloca sobre as pessoas que cometem certos pecados, especialmente o pecado de lashón hará, a calúnia, a má língua.
A tsaráat é descrita em dois longos capítulos, o que demonstra que é um assunto importante. Há outros textos nas Escrituras que falam desta praga.
Esses textos podem ensinar algo mais sobre a sua origem. Em Êxodo 4:6-7 está escrito: “E disse-lhe mais YHWH: Põe agora a tua mão no teu seio. E, tirando-a, eis que a sua mão estava leprosa, branca como a neve. E disse: Torna a por a tua mão no teu seio. E tornou a colocar sua mão no seu seio; depois tirou-a do seu seio, e eis que se tornara como a sua carne.”
Moisés teve tsaráat na sua mão como um sinal. Ele tinha falado lashón hará contra o povo de Israel dizendo que não iriam acreditar nele, cf. Êxodo 4:1.
Em Numeros 12 mostra que a praga que veio sobre Miriam é da mesma classe que de Levítico 13. Miriam foi atacada pelo Eterno com esta praga por ter falado mal contra Moisés. Vemos aqui como o lashon hará causou esta intervenção divina.
Deuteronómio 24:8-9 está escrito: “Guarda-te da praga da lepra, e tenhas grande cuidado de fazer conforme a tudo o que te ensinarem os sacerdotes levitas; como lhes tenho ordenado, terás cuidado de o fazer. Lembra-te do que YHWH teu Deus fez a Miriã no caminho, quando saíste do Egito.”
Este texto nos ensina a ter cuidado com esta praga e recordar o que se passou com Miriam. O Rei Uzias (Em 2 Crónicas 26) também foi castigado por entrar no ministério sacerdotal que não lhe competia. Isto nos ensina que esta praga não vem apenas sobre uma pessoa que cometeu o pecado de lashón hará, mas também por vir por outros motivos.
Em 2 Reis 5: aprendemos que Naamã, um gentio, tinha tsaráat. Logo esta praga não vem somente sobre os filhos de Israel mas também sobre os gentios. O servo de Eliseu, Geazi, mentiu e furtou e por estes dois pecados veio tsaráat sobre ele e sobre os seus filhos.: Isto nos ensina que não é apenas aplicada sobre aquele que pecam com lashon hará mas também por outros delitos.
O Talmud menciona sete pecados que trazem a praga de tsaráat sobre aquele que não se arrepende: calúnia; assassinato; imoralidade: falso juramento; arrogância; roubo e avareza.
Quando a pessoa tem esta praga não é considerada impura até que o sacerdote o comprove. Também não se torna pura antes do sacerdote declarar. Logo é a palavra do sacerdote que decide quando a pessoa está pura ou impura. A declaração do sacerdote tinha uma implicação social importante.
O afetado não podia viver dentro da comunidade, mas somente fora do acampamento ou fora da cidade se estivesse murada.
13:6 “E o sacerdote ao sétimo dia o examinará outra vez; e eis que, se a praga se recolheu, e na pele não se estendeu, então o sacerdote o declarará por limpo; é uma pústula; e lavará as suas vestes, e será limpo.” Uma enfermidade requer saúde, mas uma pessoa que foi afetada pela tsaráat precisa de ser limpa.
Ainda que Moisés tenha pedido ao Eterno que sarasse Miriam desta praga, cf. Números 12:13, na maioria dos textos não fala de se ter curado, mas sim de ser limpo.
Em Mateus 8:2-4 está escrito: “E, eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo. E Yeshua, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. E logo ficou purificado da lepra. Disse-lhe então Yeshua: Olha, não o digas a alguém, mas vai, mostrate ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.”
Neste texto não se fala de curar uma enfermidade mas sim de limpar a praga de “tsaráat”. Yeshua não diz: “sê curado”; mas sim “sê limpo”. Yeshua não o curou, mas sim o limpou.
Isto nos leva a crer que não se trata de uma enfermidade como as outras, mas sim de uma praga sobrenatural sobre aquele que não se arrepende em tempo útil.
13:12-13 “E, se a lepra se espalhar de todo na pele, e a lepra cobrir toda a pele do que tem praga, desde a sua cabeça até aos seus pés, quanto podem ver os olhos do sacerdote, Então o sacerdote examinará, e eis que, se a lepra tem coberto toda a sua carne, então declarará o que tem a praga por limpo; todo se tornou branco; limpo está.”
Em Isaías 1:18 encontra-se uma referência a este versículo, segundo está escrito: “Vinde então, e argui-me, diz YHWH: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.”
Daqui aprendemos que a tsaráat simboliza o pecado.
13:45-46 “Também as vestes do leproso, em quem está a praga, serão rasgadas, e a sua cabeça será descoberta, e cobrirá o lábio superior, e clamará: Imundo, imundo. Todos os dias em que a praga houver nele, será imundo; imundo está, habitará só; a sua habitação será fora do arraial.”
Uma pessoa afetada por esta praga não podia viver com os demais. Se o seu pecado tinha sido a calúnia, já não podia ter contacto com os demais, tinha que viver sozinha.
Nem sequer tinha o direito de se associar com outras pessoas impuras. Assim não podia pecar mais com a sua língua. Em Mateus 26:6 está escrito: “Estando Yeshua em Betânia, em casa de Simão, o leproso.”
Se um leproso não podia viver com os demais, como é possível que se diga que Yeshua estava na casa de um “leproso”? A explicação é simples, a tradução não está correta.
Nas Escrituras aramaicas é usada a palavra “garabá” que significa “artesão”. A palavra aramaica “garbá” significa “leproso”.
Portanto os que traduziram o texto para o grego cometeram um erro ao entender a palavra garabá como garbá, traduziram “artesão” como sendo “leproso”.
Esta é uma das muitas provas que os textos de Mateus e Marcos (14:3) não foram escritos originalmente em grego, mas sim nas línguas semitas.
A razão pela qual a Torá insiste bastante nos detalhes relativos à praga de tsaráat, fez com que muitos rabinos judeus tenham relacionado esta praga com o Messias.
No Talmud está escrito: “Rab diz: O mundo foi criado só por causa de David. Shmuel diz: Por causa de Moisés. R. Yochanan diz: Por causa do Messias.
Qual é o seu nome? – A Escola de R. Shila diz: O Seu nome é Shiló, porque está escrito, até que venha Shiló. A escola de R. Yanai diz: O Seu nome é Yinón, porque está escrito, o Seu nome permanecerá para sempre. Enquanto durar o sol, o seu nome é Yinón.
A escola de R. Chaniná sustenta: O Seu nome é Chaniná, como está escrito, Onde não lhes mostrarei chaniná (clemência).
Outros dizem: O Seu nome é Menachem filho de Chizkiyá, porque está escrito, porque longe de mim está Menachem (o consolador), aquele que reanima a minha alma.
Os rabinos disseram: “O Seu nome é “o estudioso leproso”, como lemos, certamente levou as nossas penas, e carregou as nossas tristezas: contudo, nós o consideramos como um leproso, ferido do Eterno e afligido”.
Quando no Talmude aparece a expressão: “os rabinos disseram”, significa que esta é a linha oficial de interpretação do judaísmo rabínico da época. Isto nos ensina em primeiro lugar, que o Talmud identifica Isaías 53 com o Messias. Em segundo lugar, destaca o fato de que o Messias tinha que ser “leproso”, no sentido que teria que carregar as enfermidades e os pecados do povo. Quem é esse Messias?
O Seu Nome é Yeshua, o enviado de YHWH, que iniciou o seu ministério há quase 2 000 anos, e que tal como José, esteve 20 anos no Egito (2 000 anos) era conhecido entre as nações, mas esteve oculto dos seus irmãos que não o reconheceram até que ele disse “Eu sou José (o Messias ben Yosef)”.
Tempos virão em que Yeshua será reconhecido pelos seus irmãos judeus que dirão: “Bendito seja aquele que vem em nome de haShem”
Zacarias 12:10 “E sobre a casa de David e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e o prantearão como quem pranteia por um unigénito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogénito”.
Este texto nos fala do arrependimento de Judá (a casa de David) e que Yeshua, vem trazer a Salvação de YHWH, e exercer o governo que o Pai celestial lhe outorgou.
“O Poder do Elogio” | Tazria-Metzora 5778
Lena Rustin: era uma fonoaudióloga especializada em ajudar crianças que gaguejam. Ela fundou o Michael Palin Centre e tinha uma abordagem única para seu trabalho.
A maioria dos fonoaudiólogos concentra-se nas técnicas de fala e respiração e na criança individual. Lena fez mais. Ela se concentrou nos relacionamentos e trabalhou com os pais, não apenas com os filhos. Sua opinião era que, para curar uma gagueira, ela tinha que fazer mais do que ajudar a criança a falar fluentemente. Ela teve que mudar todo o ambiente familiar.
As famílias tendem a criar um equilíbrio. Se uma criança gagueja, todos os membros da família se adaptam a ela. Portanto, para que a criança perca a gagueira, todos os relacionamentos dentro da família terão que ser renegociados. Não só a criança deve mudar. O mesmo deve acontecer com todos os outros.
Mas a mudança nesse nível básico é difícil. Tendemos a estabelecer padrões de comportamento até que se tornem confortáveis como uma poltrona surrada.
Como você cria uma atmosfera dentro de uma família que incentiva a mudança e a não a torna ameaçadora? A resposta, Lena descobriu, era a terapia do elogio.
Ela disse às famílias com as quais estava trabalhando que todos os dias eles deveriam pegar cada membro da família fazendo algo certo, e dizer isso, especificamente, de forma positiva e sincera. Cada membro da família, mas principalmente os pais, tiveram que aprender a dar e a receber elogios.
A terapia do elogio é quase mágica em seus efeitos. Isso tornou o relacionamento deles forte e, de outras maneiras inesperadas, transformou suas vidas. Eles tinham que se comprometer com o seguinte ritual. Uma vez por dia, geralmente no final do dia, eles deveriam elogiar um ao outro por algo que o outro fez naquele dia, não importa o quão pequeno seja: um ato, uma palavra, um gesto que foi gentil ou sensível ou generoso ou atencioso. O elogio deve ser focado naquele ato, não generalizado. Deve ser genuíno: deve vir do coração. E o outro deve aprender a aceitar o elogio.
Isso é tudo que eles precisam fazer. Demora no máximo um ou dois minutos. Mas isso tem que ser feito, não às vezes, mas todos os dias.
Ela estava criando, dentro de cada casa, uma atmosfera de respeito mútuo e reforço positivo contínuo. Ela acreditava que isso geraria autoconfiança não apenas para a criança que gagueja, mas para todos os membros da família. O resultado seria um ambiente no qual as pessoas se sentissem seguras para mudar e ajudar outras pessoas a fazer o mesmo.
Lena havia ajudado centenas de crianças que gaguejavam e não só isso, mas os pais dessas crianças passaram a dizer que ela ajudara a salvar seus casamentos. Isso foi extraordinário.
Afinal, ela não era conselheira matrimonial, mas uma fonoaudióloga. No entanto, esse ritual simples era tão poderoso que tinha enormes efeitos colaterais benéficos, um dos quais era transformar o relacionamento entre maridos e esposas.
Menciono isso por duas razões, uma óbvia, a outra nem tanto. A razão óbvia é que os sábios ficaram intrigados com o tema principal de Tazria-Metzora, a doença de pele conhecida como tsaraat. Por que a Torá deveria se concentrar tanto em tal assunto? Afinal, não é um livro de medicina, mas de direito, moralidade e espiritualidade.
A resposta que deram foi que tsaraat era uma punição para lashon hará: uma palavra maldosa, odiosa ou depreciativa. Eles citaram o caso de Miriam que falou mal de seu irmão Moisés e foi atingida por tsaraat por sete dias (Números 12). Eles também apontaram para o incidente da sarça ardente.
Moisés falou mal dos israelitas e sua mão foi brevemente afetada pelo tsaraat (Êxodo 4: 1-7).
Os sábios falaram de forma mais dramática sobre lashon hará do que qualquer outra ofensa. Eles disseram que era tão ruim quanto cometer os três pecados capitais: idolatria, incesto e assassinato.
Disseram que ela mata três pessoas: aquela que fala, aquela de quem fala e aquela que ouve. E em sintonia com esta Parashat,Tazria-Metzora, eles disseram que a punição se adequava ao pecado.
Aquele que fala lashon hará cria discordia dentro do acampamento. Portanto, sua punição como metsora (uma pessoa atingida pelo tsaraat) seria ser banida temporariamente do acampamento.
Não faça fofoca (Lev. 19:16). Não calunie. Não fale mal das pessoas. O judaísmo tem uma ética de fala rigorosa e detalhada porque acredita que “a vida e a morte estão no poder da língua” (Provérbios 18:21).
O judaísmo é uma religião mais para os ouvidos do que para os olhos; de palavras em vez de imagens. Deus criou o mundo natural com palavras e nós criamos ou danificamos o mundo social com palavras.
As palavras podem causar lesões emocionais tão dolorosas quanto as físicas, talvez até mais. Portanto, a regra de elogio de Lena Rustin é o oposto de lashon hará.
É lashon hatov: um discurso bom, uma palavra positiva e encorajadora. Fazer elogios as pessoas faz parte do mandamento de “amar o próximo como a si mesmo”.
Mas, em um nível mais profundo, é difícil curar pessoas de lashon hará, e ainda mais difícil curá-las da fofoca em geral. É por isso que descobri que o trabalho de Lena Rustin tem implicações espirituais profundas. Seu trabalho não tinha nada a ver com fofoca, mas ela descobriu um dos antídotos mais poderosos para lashon hará já inventado. Ela ensinou as pessoas a desenvolver o hábito de falar bem umas das outras. Ela os ensinou a elogiar, diariamente, de forma específica e sincera. Qualquer pessoa que usar a técnica de Lena por um período prolongado será curada de lashon hará. É o antídoto mais eficaz que conheço.
Além disso, sua técnica transforma relacionamentos e salva casamentos. Cura o que lashon hará prejudica. A palavra má destrói relacionamentos. A boa palavra os corrige.
Isso funciona não apenas em casamentos e famílias, mas também em comunidades, organizações e empresas. Portanto: em qualquer relacionamento que seja importante para você, elogie diariamente. Ver e elogiar o que há de bom nas pessoas as torna pessoas melhores, faz de você uma pessoa melhor e fortalece o vínculo entre vocês. Esta é realmente uma ideia de mudança de vida.
Por isso quero desafia-los por 3 meses a fazerem a terapia do elogio. Você se compromete a elogiar todas as pessoas que moram na sua casa todos os dias. Ou no seu trabalho, ou na sua comunidade e depois de 3 meses quero ouvir seu testemunho.
Você estará fazendo um bem para você e um bem para o seu próximo.
Shabbat Shalom!