Parasha Tzav (Ordene) 

Parasha Tzav (Ordene)        צוֹ

Lv: 6:8 – 8:36 Jr 7:21-8:3 Heb 8:1-6

A Parashat Tsav Resumida

A Parashá Tsav começa com o Eterno continuando a ensinar Moisés muitas das várias leis relativas ao serviço no Mishcan, Santuário.

Entretanto, enquanto a Porção da semana passada descreveu os corbanot, sacrifícios, da perspectiva do doador, nesta semana a Torá concentra-se mais diretamente nos Sacerdotes, fornecendo mais detalhes sobre seu serviço.

Após descrever primeiro a manutenção do fogo que ardia sobre o altar, a Torá discute em detalhes os vários tipos de sacrifícios que Aarão, seus filhos e as gerações seguintes de Sacerdotes estariam oferecendo.

Muitas pessoas ao longo da história interpretaram incorretamente o sistema sacrificial, muitos entregavam os animais para o sacrifício, achando que a entrega do animal por se só, levaria a absolvição dos pecados e consequentemente eles iriam se reconciliar com o Eterno.

Só que isto está errado. A mera oferta de um animal para o sacrifício nunca trouxe o perdão dos pecados, somente faria sentido o sacrifício de animais caso houvesse um arrependimento genuíno.

O arrependimento verdadeiro nasce da devoção ao Eterno, da integridade moral, de sentimentos puros, do amor ao Eterno e do amor ao próximo.

Jeremias 9:24-26 nos ensina que:

Jeremias 9:24-26

Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.
Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que castigarei a todo o circuncidado com o incircunciso.
Ao Egito, e a Judá, e a Edom, e aos filhos de Amom, e a Moabe, e a todos os que cortam os cantos do seu cabelo, que habitam no deserto; porque todas as nações são incircuncisas, e toda a casa de Israel é incircuncisa de coração.·.

 

Quem é circuncidado na carne, mas não é circuncidado no coração, será punido pelo Eterno, pois Ele deseja um coração circunciso o que obviamente não exclui a circuncisão na carne.

 

Isto nos mostra que o Eterno considera a circuncisão no coração superior a circuncisão na carne. De nada adianta valorizar demais a circuncisão na carne e esquecer a circuncisão no coração, pois ela é muito importante.

Circuncidar a carne é muito fácil o difícil é circuncidar o coração. De maneira alguma estou falando mal da circuncisão, eu mesmo fui circuncidado no 8 dia e Matheus também.

O que estou querendo dizer que a circuncisão na carne é muito fácil e eu nem me lembro dela e não tive nenhuma participação, mas a circuncisão no coração é muito difícil e requer ativamente a minha participação, negando o meu ego e submetendo-me a vontade do Eterno.

Nós judeus não nos lembramos da nossa circuncisão, pois tínhamos apenas 8 dias de vida, mas a circuncisão do coração feita por Yeshua é inesquecível.

Finalmente, Moisés realiza os prolongados serviços de consagração do Santuário, e Moisés unge e introduz Aarão e seus filhos para o serviço no Santuário, em frente a toda a congregação de Israel.

É o mandamento de D’us, que estabelece uma conexão com o homem. O homem tem a opção de obedecer ou desobedecer, mas, ao lhe dar um mandamento, D’us já entrou em seu mundo.

Se o homem escolhe cumprir o mandamento, ele confirma a conexão e, se ele não cumpre, ele a nega. Mas, independentemente da decisão do homem, D’us já estabeleceu um relacionamento.

Na Parashá Tsav, o nome tsav significa “ordem” e é tirado do versículo inicial “E D’us falou a Moisés: ‘Ordene a Aarão… ’”.

Ao longo da Torá, três termos são usados para introduzir um mandamento:

emor אֱמֹר (“diga”),

daber לְדַבֵּר (“fale”) e

tsav  צוֹ  (“ordene”).

Todos os três termos comunicam a vontade de D’us, mas o termo tzav está mais intimamente relacionado com o conceito de mitzvá (mandamento).

O termo “diga” ou “fale” parecem deixar a opção nas mãos do ouvinte. Foi-lhe dada uma ordem, mas o tom usado indica que ele tem uma escolha.

Foi-lhe dito o que ele deveria fazer, mas a decisão em fazê-lo ou não continua sendo sua.

Quando, ao contrário, a palavra “ordene” é usada, a indicação é a de que o assunto é imperativo.

Nesses casos, a iniciativa que D’us tomou é tão abrangente que parece que ela empurra o homem em direção ao cumprimento da tarefa.

Tsav indica a urgência e a importância do assunto.

Eu gostaria de voltar um pouco na Parasha passada lendo Lv 6:1-2

Levítico 6:1, 2

Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo:

Quando alguma pessoa pecar, e transgredir contra o Senhor, {Ele vai explicar como ocorreu à ofensa que a pessoa fez contra D’us} negar ao seu próximo o que lhe deu em guarda, ou o que deixou na sua mão, ou o roubo, ou o que reteve violentamente ao seu próximo. 

Quando você comete uma afronta contra o seu próximo você esta cometendo uma afronta contra D’us. É bilateral. A maneira como você trata o seu próximo reflete a maneira como você trata a D’us.

A MANEIRA COMO VOCÊ TRATA O SEU PRÓXIMO REFLETE A MANEIRA COMO VOCÊ SERÁ TRATADO POR D’US.

Este conceito é muito claro, da forma que você medir será medido, perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

Muitas vezes nós tratamos o próximo com paciência, misericórdia e amor é porque nós precisamos da paciência da misericórdia e do amor no tratamento de D’us conosco.

Tudo aquilo que eu preciso que D’us me dê, eu devo dar para o meu próximo. Esta é a regra de ouro.

À medida que você dá você recebe da parte de D’us.

O mandamento aqui já abre te alertando, quem ofende o próximo ofende a D’us. Toda a Torá se resume em amar a D’us sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.

Agora antes de entrarmos na porção propriamente dita veja que interessante:

Das escrituras nós extraímos varias regras pelas quais nós devemos respeitar os animais e toda a natureza.

Porém de uma forma aparentemente contraditória a Torá ordena o sacrifício de animais. Porque a Torá exige de nós este gesto truculento contra os animais?

Qual o significado do sacrifício de animais em relação à remissão dos pecados?

Quando a pessoa ia entregar um animal ao sacrifício ela precisava estar realmente arrependida. E ela deveria estar presente em todo o processo de sacrifício.

Ela deveria pensar que aquilo que estava acontecendo ao animal inocente, aconteceu porque ela pecou contra o Eterno. Toda aquela cena horrível que estava acontecendo deveria gerar um peso na sua consciência de pecador levando-o a refletir.

Como se ele estivesse dizendo “Porque eu fui tão fraco”, a ponto de não vencer a minha inclinação para o mal.

Ao ver um inocente sendo exterminado no seu lugar o homem deveria buscar o verdadeiro arrependimento ciente de que a justiça suprema requer a morte e o derramamento de sangue pela violação da vontade do Eterno.

Nesta cena ele sabia que sua vida estava sendo trocada pela vida de um inocente animal, sua vida foi poupada, mas o animal teve que morrer pelo seu pecado.

Esta inclinação para o mal, no português é traduzido como “Desejos da carne”. Em hebraico é YETZER HARÁ. Você sabe da onde eles tiraram isto?
Esta expressão “yetzer hará”  foi retirada da bíblia hebraica  Gn 8:21 

 

 וַיָּרַח יְהוָה, אֶת-רֵיחַ הַנִּיחֹחַ, וַיֹּאמֶר יְהוָה אֶל-לִבּוֹ לֹא-אֹסִף לְקַלֵּל עוֹד אֶת-הָאֲדָמָה בַּעֲבוּר הָאָדָם, כִּי יֵצֶר לֵב הָאָדָם רַע מִנְּעֻרָיו; וְלֹא-אֹסִף עוֹד לְהַכּוֹת אֶת-כָּל-חַי, כַּאֲשֶׁר עָשִׂיתִי. 21 And the LORD smelled the sweet savour; and the LORD said in His heart: ‘I will not again curse the ground any more for man’s sake; for the imagination of man’s heart is evil from his youth; neither will I again smite any more every thing living, as I have done.

יֵצֶר לֵב הָאָדָם רַע   yetzer lev-ha-adam Cha(o coração do H é mal)

Contrapondo-se a yetzer hara [má inclinação] יֵצֶר הָרַע temos a yetzer hatov  יֵצֶר הָטוב [boa inclinação].

Tipos de Sacrifícios

 

A palavra Korban (קָרְבָּן) traduzida como sacrifício vem da palavra Karov (קֵרוּב) que significa perto. Já na raiz da palavra o Eterno mostra a sua intenção com todo este sistema sacrificial.

Aproximar o homem a D’us. Toda a Torá e tudo que temos estudado aqui tinham e têm um propósito de aproximar o homem a D’us. D’us não está preocupado tanto com o cordeiro, mas sim com o seu coração.

A porção de hoje se chama Tzav, que é a raiz da palavra mitsvá.

Tzav também significa conectar. Quando você obedece os mandamentos de D’us você se conecta com Ele, está se aproximando D’ Ele.

  1. Olá (עָלָה) Holocausto, O sacrifício.
    • Oferta pelo pecado (Chatá חֲטָא Houve a intenção de pecar) Este ditado que eu ouço por ai “Não existe pecadinho e pecadão, é tudo igual” Não é verdade, o livro de Levítico ensina o oposto deste ditado.
    • De acordo com as punições vemos que o Eterno faz distinção entre pecadinho e pecadão. Tem pecado que são mais graves do que outros.

2.Oferta pelo delito ou culpa (Asham  אָשֵׁםOnde não houve a intenção de pecar, mas apenas a culpa. O couro do animal ficava para o sacerdote e a carne era dividida entre o sacerdote e o ofertante).

3.Oferta Pacífica (Shlamin – Vem de Shalom). Para agradecer por um milagre por um favor alcançado ou para cumprir um voto ().

O peito e a cocha direita ficavam para o sacerdote.

Atos 21:26

Então Paulo, tomando consigo aqueles homens entraram no dia seguinte no templo, já santificado com eles, anunciando serem já cumpridos os dias da purificação; e ficou ali até se oferecer por cada um deles a oferta.

Nós temos aqui o apóstolo Paulo, em torno de 15 anos após se tornar um discípulo de Yeshua oferecendo sacrifício de Shlamim por 4 pessoas que fizeram voto provavelmente de nazireu.

Isto serviu de testemunho que Paulo não estava agindo de acordo com os boatos. Paulo fala perante autoridades do Sinédrio, perante autoridades Romanas NADA FIZ CONTRA A LEI OS PROFETAS OU CONTRA A TRADIÇÃO DE NOSSOS PAIS.

Paulo era um cumpridor da lei, um estudioso da Tora, o problema é que a teologia cristã o transformou num hipócrita.

O profeta Elias encontrou um pescador e perguntou-lhe como estava se saindo no estudo de Torá. O pescador disse: “Nada sei sobre essas coisas. Jamais as aprendi.”.

“Vejo que você tem uma ótima rede de pesca,” disse Elias. “Quem o ensinou a fazer uma dessas?” “Não tive escolha,” disse o pescador. “Tive de encontrar uma maneira de ganhar a vida, portanto observei outros pescadores até aprender como fazê-lo.”

“Se você tivesse entendido que a vida espiritual é tão importante quanto à vida física,” disse Elias, “teria encontrado uma maneira de aprender isso também.”.

Oferta de Manjares (Alimentação Minchá)

Usada também em conjunto com todas as ofertas acima como forma de adoração, bem como ofertas para consagração dos sacerdotes (neste caso não era ingerida), ciúmes e voto de Nazireado.

Composto de farinha de trigo, azeite sal e incenso e às vezes vinho.

Os animais Kasher mais usados nos sacrifícios eram de 3 tipos:

Boi ou vaca

Bode ou cabra

Carneiro ou cordeiro.

Cada um destes representa um tipo de ofertante. A finalidade da oferta era fazer também que o ofertante analisasse a si mesmo:

 

  • Boi (Chatá ou Shelamim) mostra sua força com os chifres, chifrando e dando coices. Traduzindo para o ser humano é aquele que é agressivo, sempre tem uma palavra áspera na língua,que fala com ironia, que gosta de ressaltar os defeitos do próximo e cujos próprios defeitos são óbvios;
  • Bode (Chatá) sua natureza é ousada, porém se quiser move-lo é impossível, a não ser que ele próprio o queira. Traduzidos em termos humanos, é a pessoa que não aceita opiniões ou sugestões de outros,aquela que acha que sabe tudo. É a pessoa teimosa e obstinada em suas convicções.
  • O Carneiro ou cordeiro (Chatá e Asham) Sua natureza é dócil. Representa um animal sem aparente culpa, que é entregue para pagar com a própria vida o pecado de outrem.

Ele não tem a mente cauterizada nem o coração endurecido. Está disposto a ouvir. O trabalho messiânico é uma ponte entre o judaísmo tradicional e o cristão, então para este ministério só cabe cordeiro.

O bode cairia da ponte e o boi quebraria a ponte. Tem que ser cordeiro. O cordeiro vai andar na ponte e esta ponte liga um lado a outro.

O judeu messiânico é este que vai trazer a igreja cristã que se desviou para a s suas verdadeiras raízes judaicas. Vai trazer o relacionamento de volta da Igreja com Israel.

Vai trazer o relacionamento de volta dos judeus ortodoxos com Yeshua, judeu messiânico é ser ponte e ponte é para ser pisada. Então preparem o lombo.

  • E para terminamos Shamen Há Simchá     שמך השמיחה

Óleo da unção, pessoas e objetos para separação do uso por D’us. Os objetos dentro do templo eram ungidos e consagrados.

Muitos acham que ungir um objeto é idolatria mas não é. No mundo espiritual ungir uma pessoa ou objeto significa separa-la para o serviço a D’us.

O sacerdote era ungido de uma forma muito peculiar. Quem eram as pessoas ungidas na Bíblia, no Tanar? Sacerdotes, reis e os profetas.O sacerdote era ungido com sangue e com óleo.

Antes que qualquer sacerdote pudesse cumprir o seu chamado, ele tinha que passar por um ritual solene que durava sete dias. As instruções dadas por Deus começaram com a declaração:

Êxodo 29:1 “Isto é o que lhes hás de fazer, para os santificar, para que me administrem o sacerdócio…”.

A Purificação: Em primeiro lugar, era preciso uma limpeza simbólica, lavando o corpo inteiro, esse foi o primeiro ato. Depois o sacerdote frequentemente teria que lavar as suas mãos e pés na Pia de bronze.

Isto simboliza a sua necessidade de constante limpeza, no que as suas mãos fizeram, e onde os seus pés foram.

A Unção: Depois disto, os sacerdotes foram vestidos com as vestes feitas conforme as instruções detalhadas que o SENHOR lhe havia dado nas suas vestimentas características, e as suas cabeças ungidas com óleo de oliva misturado com especiarias.

Consagração não é prometer usar o que somos e o que temos no serviço de Deus, mas sim pôr de lado o que somos e o que temos neste mundo (as velhas roupas).

Devemos chegar a Ele despidos de tudo e com as mãos vazias, reconhecendo nossa fraqueza para que Ele nos vista com um novo caráter e nos habilite a fazer as Suas boas obras (as novas vestes sacerdotais).

A mensagem é que, depois que fossem limpos espiritualmente, se vestisse de justiça, e recebessem a unção do Espírito Santo, somente assim o sacerdote estava preparado para o serviço especial a Deus.

Ele era ungido na orelha direita, no dedão da mão direita e no dedão do pé direito simbolizando que ele consagrava as portas da sua alma (orelha) os seus atos (mão) e o seu caminhar (pé).

Até hoje toda a ordenação rabínica é feita desta forma exceto com o uso de sangue. Ninguém se autoconsagra Rabino, rabinato é algo que é conferido.

Porque ungimos o doente? Se você atribui poder ao óleo você esta incidindo em idolatria, o óleo é um símbolo, a fé quem deve ter é você, a sua fé é em D’us e não no óleo.

Mas D’us ordena que façamos a unção com óleo sobre os enfermos, é um ato simbólico e espiritual que reflete no mundo físico. Tudo o que você faz no físico reflete no espiritual e tudo o que você faz no espiritual reflete no físico.

Segundo o profeta Isaias, a oferta de Yeshua assemelha-se a oferta para remissão PERFEITA: Chatá e Asham (Isaias 53:4-5).

A oferta de Yeshua é a oferta que leva sobre si todas as nossas iniquidades então Ele é Chatá, pois Ele provê perdão, mas ao mesmo tempo Ele é Asham.

Primeiro porque o cordeiro é muito mais usado por Asham que é quando há a culpa e Asham é uma oferenda individual.

Diferente da oferenda do Yom Kipur que toda a nação era perdoada, o Asham era uma oferenda individual, uma experiência individual.

A obra de Yeshua abriu as portas para qualquer um que quiser entrar por ela, mas o entrar por ela é individual, pois só passa um de cada vez. Neste aspecto a obra de Yeshua não é coletiva, mas individualizada.

“Eis o cordeiro de D’us (Asham) que tira o pecado do mundo” Jo 1:29

A obra de Yeshua no madeiro é a porta de entrada para o perdão das nossas faltas, e para apagar a divida que existia contra nós (Cl 2:14).

Porém o acesso à obra de Yeshua é individual e pessoal, sendo sua obra comparada não a do bode da expiação, mas sim ao cordeiro como oferta pessoal (Jo 1:29; 1Pe 1:19, Is 53:7).

Para os judeus Yeshua é o único veículo pelo qual se pode ter remissão de pecados, mudança de natureza, e pleno conhecimento da glória de D’us, vivendo realmente na aliança.

Para os não judeus, alem dos motivos acima, representa a única forma de entrada à filiação de Abraão, para se ter acesso às promessas, alianças e herança dadas pelo Eterno a Israel.

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