Parashá Toldot – Gerações     

Parashá Toldot
(תוֹלדת) Gerações

Gn. 25:19-28:9,
Ml. 1:1-2:7,
Mt 10:1-11:30

O capítulo 25 de Gênesis é mais ou menos dividido em 3 partes: o primeiro terço consiste nos detalhes finais da vida de Abraão, o segundo terço consiste em chamar os descendentes de Ismael e fornecer algumas informações sobre onde eles se estabeleceram.

Aqui no terço final do capítulo 25, começamos a traçar o final da história de Isaac e o começo da vida de seu filho Jacob: a tocha estava sendo preparada para ser passada novamente.

Isaque se casou com Rivka, mas depois não há informações sobre os primeiros 20 anos de casamento. Sabemos apenas que, ao contrário de Abraão, Isaque parece ter ficado mais perto de casa.

As histórias conhecidas sobre Isaac estão em torno de Be’er Sheva(Berseba); sabe-se, que ele não viveu em Hebron como seu pai, exceto no final de sua vida. Mas, ele era dono de rebanhos e manadas.

Em Gn 25:21, descobrimos que, como Abraão, Isaac passou muito tempo com sua esposa, incapaz de lhe dar um herdeiro. E, como Abraão, Isaque vai diante do Senhor, e o Senhor concede o seu pedido de um filho.

Embora haja, grandes semelhanças entre a situação de Abraão e Sara e de Isaac e Rivka, também existem grandes diferenças. Por exemplo, nem Isaac nem Rivka eram idosos ou tinham mais de um filho.

Não encontramos Isaac com concubinas ou Rivka oferecendo uma criada para dar à luz a uma criança em seu lugar. Parece que não há planos de fazer nada até que o Senhor decida fazer alguma coisa.

Será que D’us PRECISA de nossas orações para agir?

Eu creio que não. Mas Deus quer nos ensinar. E ele também quer um relacionamento conosco; mas qual relacionamento é possível sem comunicação?

A oração é o caminho que Deus ordenou para a comunicação entre seres humanos e Ele. E, embora Deus não precise de oração, ele quer oração.

Por outro lado, nós, PRECISAMOS orar. Não consigo pensar em uma maneira que edifique uma fé mais forte do que comunicar minhas necessidades, a Deus, e depois me maravilhar com a resposta Dele.

A gravidez tão desejada por Rebecca se tornou desconfortável para ela. E esses filhos gêmeos fizeram com que ela perguntasse a D’us exatamente o que estava acontecendo.

A atividade dentro de seu ventre NÃO era normal. Até uma palavra hebraica incomum é escolhida para descrever os acontecimentos a palavra era (Gn25:22) lutavam:  e essa palavra é va-yitrotsetsu וַיִּתְרֹֽצֲצו.

GENESIS  25

Aqui começamos a história sobre o nascimento de Jacó, que se tornaria o PRIMEIRO Israelita de nascimento.

Abraão o avô de Jacob começou a vida como pagão. O mundo, na época do nascimento de Abraão, consistia em apenas um tipo de pessoa: a raça humana.

Todos os seres humanos eram praticamente os mesmos aos olhos do Eterno; a única exceção era a linhagem de Ham (Noach) que era amaldiçoada. No tempo de Abraão, não havia divisão da humanidade.

Uma vez que Deus chamou Abraão para deixar seu país e sua família, ai COMEÇOU o processo de uma divisão divina do mundo em DOIS grupos de pessoas: Seu povo e todos os outros.

O nome que damos “povo de Deus” é o nome que encontramos na Bíblia. Assim, quando Abraão obedeceu a Deus e se mudou para a terra de Canaã, por ELEIÇÃO, Deus dividiu a humanidade em hebreus, por um lado, e todo o resto, por outro.

As escolhas de Abraão e a Eleição de D’us foram os únicos fatores que diferenciaram Abraão, aos olhos de Deus, de todos os outros seres humanos.

Isaac, filho de Abraão, representa o próximo passo na evolução do povo hebreu; Isaac era o hebreu primogênito. Por ELEIÇÃO, Abraão era hebreu, mas Isaque era hebreu de nascimento.

No entanto, Abraão teve outro filho, Ismael, que ele pensava ser seu primogênito e, portanto, seria o único a cumprir os convênios que Deus havia feito com Abraão. Em outras palavras, para Abraão, Ismael era hebreu.

E, no sentido mais estrito, Ismael era hebreu até que algo mudasse. Chegou o momento em que o Senhor disse a Abraão: Assim como eu o dividi voce do seu pai e irmão, eu vou dividir Ismael do pai e do irmão dele.

Ismael deveria ser dividido e separado do pai, Abraão, e do irmão Isaac. O efeito disso é que Ismael NÃO continuaria sendo um hebreu, mas Isaac  continuaria como hebreu.

Então, aqui está a pergunta Se Ismael e Isaac tiveram um pai hebreu como é que apenas  Isaac é considerado hebreu?

Por que Ismael não é mais um ramo dos hebreus? Porque não pensamos em Ismael e em todos os seus descendentes também como hebreus?

Bem, aqui se estabelece um princípio importante: TODOS precisam prestar muita atenção nisso!.

Enquanto a primogenitura (genealogia) estabelece sua identidade FÍSICA, é a ELEIÇÃO E A SEPARAÇÃO feita pelo Senhor que estabelece sua identidade ESPIRITUAL. Sua identidade física e sua identidade espiritual são dois assuntos diferentes.

“HEBREU” era para ser um termo que descreveria uma combinação de atributos físicos e espirituais de uma pessoa. Além disso, a vida de um “HEBREU fisicamente e espiritualmente era para operar sob um conjunto de leis e promessas que Deus fez com o primeiro “HEBREU”, Abraão.

A vida terrena de um hebreu deveria girar em torno de sua vida espiritual. Chamamos essas leis e promessas a um “HEBREU” de Aliança Abraâmica, e depois foram expandidas e dadas a Moisés, e agora são chamadas de Toráh.

Assim, mesmo que Isaque fosse fisicamente o homem certo para ser um hebreu, ainda era necessário um ato de Deus, uma eleição de Deus para que Ele fosse declarado um “HEBREU”.

Pense nisto: Ismael TAMBÉM era fisicamente o homem certo para ser hebreu, mas D’us NÃO concedeu a Ismael o status ESPIRITUAL necessário para ser hebreu.

Portanto, temos com a eleição de Isaac e a rejeição de Ismael, uma bifurcação enorme na estrada. Uma direção levou aos hebreus, a outra longe dos hebreus.

Quando começamos a lidar, em Gênesis 25, com os filhos gêmeos de Isaac, vemos esse processo e esse princípio repetidos mais de uma vez.

Quem será escolhido como herdeiro da aliança feita com Abraão é o cerne da questão. Entre Jacó e Esaú, D’us declara que Sua escolha era por um Hebreu e  Não pela outra linhagem.

Tanto Jacó quanto Esaú NASCERAM de um pai hebreu, Isaque. Por nascimento se alguém seguisse PURAMENTE a definição física então AMBOS eram hebreus. E, de certa forma, ambos eram. Mas não para Deus que novamente os dividiria, por SEPARAÇÃO.

Entre Isaque e Ismael existiam diferenças físicas, pois, eles tinham mães diferentes. No caso de Jacó e Esaú, eles tinham a mesma mãe e pai. Eles eram gêmeos fisicamente, genealogicamente e seu DNA era quase idêntico.

Então, como Jacó foi eleito hebreu e Esaú não? Foi por ELEIÇÃO soberana de Deus (é isso que a palavra eleição significa) que Deus escolheu Jacó em vez de Esaú.

Jacó seria um hebreu; Esaú não teve o direito de ser chamado HEBREU. A ÚNICA diferença entre Jacó e Esaú era a diferença espiritual, e isso foi causado puramente pela ELEIÇÃO do Senhor.

Portanto o que é um HEBREU?  Podemos dizer que um HEBREU é aquele que se tornou descendente na linha das promessas da aliança dadas a Abraão e esse ser humano faz parte do povo separado por Deus. E, assim, o mundo estava, sob os convênios de Deus com Abraão, dividido em dois grupos: Hebreus e todos os outros seres humanos.

Abraão estabeleceu a linha da promessa da aliança, pela eleição de Deus, o pai e o irmão de Abraão foram excluídos. O filho de Abraão, Isaac, continuou a linha da promessa da aliança, na eleição de Deus.

O outro filho de Abraão, Ismael, foi excluído. O filho de Isaac, Jacó, continuaria a linha da promessa da aliança, na eleição de Deus, e o outro filho de Isaac, Esaú, seria excluído.

D’us é um D’us que divide,elege e separa

Veremos mais na frente, que TODOS os descendentes de Jacó seriam chamados HEBREUS. Começando com os filhos de Jacó, todos agora poderiam ser hebreus por lei.

Se alguém nasceu fisicamente de um HEBREU, essa pessoa era um HEBREU. Mas, se NÃO nasceu hebreu e ele era um gentio mas quis se tornar parte do povo hebreu, isso foi permitido por meio de algumas regras, algumas leis, que haviam sido estabelecidas pelo Senhor.

RE-READ GEN. 25: 19 – END

E isto permanece assim por mais de 1800 anos. 20 séculos depois de Jacob, vamos encontrar mais uma bifurcação na estrada; que é chamado de nova aliança.

E, a nova aliança que é uma profecia do Antigo Testamento, sobre uma época em que esses convênios e leis físicas dos hebreus, chamados Toráh, seriam escritos espiritualmente no coração de alguns homens.

Não era no coração de todos os homens, mas apenas naqueles que foram eleitos por Deus como sendo D’ele. E a maneira como isso aconteceria seria por meio de um Messias.

E essa nova bifurcação nos leva a um círculo completo; esse caminho leva a bom termo a promessa da Aliança Abraâmica de que “todas as famílias da Terra serão abençoadas” através das sementes de Abraão. Gn26:4. 

Todas significa todas. Uma vez mais, envolve a eleição de Deus e, a chave para tudo isso, é o Messias.

GEN. 25: 19 – FIM

Rivka, esposa de Isaac, está preocupada. Seu ventre está em uma agitação violenta. O que está acontecendo NÃO é normal.

Então, ela procura o Eterno por segurança para acalmar seus medos. D’us lhe dá Sua resposta: duas nações vivem dentro dela, e o que ela está sentindo é uma luta pelo domínio.

Ele diz a Rebecca que o primeiro a sair receberá os direitos e a honra de primogênitoBekhor  בְּכוֹר.

Este é; um tema que parece ter um sentido terreno, mas realmente é espiritual. Do ponto de vista físico, parecia a Abraão que Ismael, era seu primogênito, o filho da promessa.

Mas, do ponto de vista espiritual, era Isaac que nasceu milagrosamente e é quem deveria ter todos os direitos de primogênito e ser o filho da promessa.

Aqui, em Gênesis 25, temos uma coisa semelhante: Rivka está grávida de gêmeos. A lei é que o primeiro a nascer é o primogênito o bekhor  בְּכוֹר. Mesmo no caso de gêmeos, um é escolhido e o outro não.

E essa violenta luta no ventre de Rivka prediz: qual criança dominará a outra. Mas Deus predeterminou o resultado; nem Isaac nem Rivka estão envolvidos na decisão.

A importância eterna de Gn 25:23 é que o primogênito físico, Esaú, NÃO será o herdeiro das promessas da aliança; mas Jacob será o bekhor em um nível espiritual, pois, ele é o primogênito eleito por D’us.

O primogênito físico de Isaque, será Esaú, é paralelo a Ismael, o primogênito físico de Abraão. O primogênito espiritual de Isaac, será Jacó, é paralelo a Isaac, o primogênito espiritual de Abraão e o futuro portador da aliança.

Portanto, temos aqui esse princípio de padrão: tudo tem uma realidade espiritual e uma realidade física coexistindo simultaneamente.

Os gêmeos nascem; o primeiro a nascer foi Esaú; ele era de cor avermelhada e muito peludo. Aqui um pouco de conhecimento do hebraico é útil: a palavra hebraica para “cabeludo” (שָׂעִיר) é SSair.

Descobriremos mais tarde em Gênesis que Esaú se afastou de Jacó e estabeleceu sua nação no chamado Monte Seir.

Este é um jogo de palavras Seir recebeu o nome de Esaú cuja raiz é Sair. Então, o Monte Seir, significa literalmente “montanha peluda” ou Monte Peludo.

Durante o processo de nascimento, Jacob estava segurando o calcanhar de Esaú; a ideia é que Jacó estava tentando impedir Esaú de nascer primeiro.

Rebecca informou a seus filhos gêmeos na idade apropriada, a eleição de Deus: Jacó, e não Esaú, seria uma autoridade. Mãe e pai estavam cientes disto ANTES que essas crianças tivessem nascido.

Portanto, é com esse entendimento da consciência de toda a família que Jacó o mais jovem, é que está destinado a ter a primogenitura acima do mais velho.

À medida que a história se desenrola, descobrimos que, como é comum nas famílias, os pais têm seus favoritos. Isaque preferiu Esaú. Esaú era aparentemente impetuoso, corajoso, habilidoso, estas coisas que os pais costumam admirar em seus filhos.

Jacob era mais quieto e introspectivo, mais sensível, coisas que as mães geralmente preferem. Observe nosso paralelo mais uma vez com Ismael e Isaque. Ismael era um dos favoritos de Abraão; Isaac era o favorito de sua mãe.

Quando o Senhor disse a Abraão que era o segundo filho, Isaac, é que deveria obter a posição de primogênito, Abraão clamou a Deus: “oh, se Ismael pudesse viver na sua presença!” Gn17:18.

Abraão determinou que ele queria Ismael como o primogênito.Isaque determinou que ele queria Esaú como o primogênito. Nenhum dos dois conseguiu o que queriam.

E, assim, vemos que Esaú acabou de chegar de uma caçada, e Jacó preparou um pote de lentilhas ou um ensopado vermelho. Jacob decide que vai ajudar Deus: ele fará Esaú finalmente, vender sua primogenitura a ele. Esaú faz uma declaração em resposta à proposta de Jacob que começa com “desde que estou prestes a morrer” Gn25:32 ele pode dar seu direito de primogenitura a Jacob e selar o acordo com um juramento.

A declaração: “Estou prestes a morrer” não é literal é apenas um ditado, algo semelhante a “Quem se importa?”.

Certamente, desde que Deus já havia resolvido a questão há muito tempo, na verdade Esaú não tinha direito de primogenitura para vender, pois ela já pertencia a Jacó.

E Jacó não precisava recorrer à traição para obter o direito de primogenitura, porque o Senhor já havia designado a ele: mas nem Jacó nem Esaú tiveram fé para aceitar este fato.

Esaú recebe um apelido Edom. Edom significa vermelho, e isso não se refere apenas às suas características corporais, mas também a esse incidente do ensopado vermelho.

Para referência futura, lembre-se de que Edom e Esaú são o mesmo. E, portanto, a futura nação de Edom, daqui em diante é apresentada na Bíblia como um inimigo contínuo de Israel, o povo de Edom os edomitas são descendentes de Esaú. 

Gn 25:34, Esaú despreza sua primogenitura que é uma condenação bíblica muito séria para Esaú.

Vamos dar uma olhada em algumas circunstâncias que cercam esse evento que muitos não sabem;

Primeiro, alguém acha estranho que tenhamos um homem, Jacob, cozinhando aqui? Claramente, as Escrituras dizem que Jacó cozinhou o ensopado. Agora, cozinhar era tarefa de uma mulher,

Temos que entender a cultura hebraica quando encontramos cenas bíblicas incomuns, como esta: Jacob aos 15 anos de idade cozinhando. Então, o que está acontecendo aqui?

Bem, a resposta está nas tradições judaicas, que fazem parte de toda família judia e que são observadas ate hoje; é uma tradição antiga chamada

“Shiva (שִׁבְעָה)”. Faz parte dos ritos de luto pelos mortos. 

 A tradição mais característica do luto judaico é o retiro do enlutado em seu lar após a morte de um parente próximo. Ele não se mistura socialmente, não participa de eventos alegres ou faz viagens nessa época.

Esta tradição de ficar em casa está baseada, em um valor positivo, que ajuda a curar: o luto é uma profunda experiência de solidão. Os vínculos que ligam uma alma a outra foram cortados, e há um grande senso de solidão.

 Permanecer incomunicável é expressar sofrimento pela ruptura da comunicação com alguém que amamos. O enlutado, portanto, fica em casa durante todo o período de shivá. Torna-se então dever moral da comunidade judaica ir à porta do enlutado e confortá-lo com palavras sobre o falecimento, dessa forma tirando-o da solidão e encaixando-o novamente na estrutura social.

O que isso tem a ver com a nossa história, aqui? Os antigos sábios hebreus são quase unânimes em dizer que o contexto do que está acontecendo entre Esaú e Jacó é que houve uma morte na família. E quem morreu? Abraão.

Ensopado de lentilha ou sopa de lentilha é chamado de refeição de luto. A sopa de lentilha é um alimento tradicional consumido durante o período de Shiva.

Qual é o sentido das Escrituras chamar de ensopado vermelho e depois chama-lo de Sopa de “Lentilhas” no Gn 25:34? Pois qualquer bom judeu sabe que isso indica um período de luto.

Os membros da família NÃO devem cozinhar durante estes sete dias. Outros membros da família ou amigos devem fornecer a comida. A definição que compõe a família no luto é: pai e mãe, irmã e irmão, filho e filha e cônjuge estes são membros imediatos da família.

Os netos NÃO são membros da família para fins dos ritos de luto. Rivka, que normalmente cozinhava para a família, teria sido proibido de cozinhar.  Jacob, neto de Abraão foi PERMITIDO por isso que foi ele quem estava cozinhando a refeição do luto.

Por que lentilhas? Os ovos cozidos também são considerados alimento de luto. O que esses dois itens têm em comum? São redondos. E a forma redonda ilustra a natureza circular da vida. E também fala de uma geração morrendo e o começo de uma seguinte, é um padrão sem fim.

É a Bíblia, que nos mostra que a história é circular. Repetidamente, vemos esses mesmos padrões que Deus ordenou, se repetindo no Universo.

Eu realmente gosto dessa tradição. Nós, precisamos de ilustrações físicas dos princípios espirituais de Deus. Não devemos coloca-los de lado.

Então, parece que Abraão havia acabado de morrer e Jacó estava preparando a refeição do luto quando Esaú apareceu da caçada.

Não é por acaso que, quando Jacó se aproximou de Esaú com a oferta de trocar o direito de primogenitura ele respondeu com as palavras mórbidas: “ olha, eu estou morrendo, de que serve meus direitos de bekhor?”

Jacó escolheu esse exato momento para desafiar Esaú, porque ninguém conhece melhor outra pessoa, do que seu gêmeo. Jacó sabia que Esaú estava pronto para desistir de seu direito de primogenitura.

O importante era continuar com a linha da promessa da aliança e o Eterno não poderia permitir que nada fosse colocado acima dela.

Gn25:27  Este texto nos informa sobre o caráter de cada um: Esaú se tornou um caçador e Jacó era um homem pacato que morava em tendas.

Apenas em dois lugares na Bíblia  um homem é chamado caçador (tsayid צַיָּד)  O primeiro homem a ser rotulado como caçador para identificar seu caráter foi Nimrod; o único outro é Esaú.

Como a Bíblia o usa, tsayid é um termo negativo que significa um assassino  Um cara que mata animais pelo amor de matar e tem pouca consciência para matar um homem.

Jacó, por outro lado, é chamado de “homem quieto” em algumas Bíblias e em outras um “homem pacífico”. A palavra que está sendo traduzida é tam. (תַּם)

Jacó e Esaú estão sendo tratados como opostos. Tam significa  irrepreensível e isto está implícito em ser irrepreensível(Justo) diante de Deus. O último versículo diz: ” Gn25:34

Capitulo 26: Falamos bastante sobre padrões, porque são cruciais para a compreensão das Escrituras. Lendo Gn26, descobriremos mais alguns.

Canaã mais uma vez mergulhou a terra em um estado de fome tal que Isaac foi forçado a lembrar-se de seu pai, Abraão, numa situação semelhante: a permanência no Egito, Isaque estava prestes a fazer o mesmo.

Como afirma o versículo 1, ele foi para a cidade real de Guerar, porque era uma cidade conhecida; isto é, era um lugar onde o rei residia, então a cidade tinha muitos  armazéns com  alimentos.

Lá, o Eterno apareceu a Isaac e disse-lhe para NÃO descer ao Egito, mas sim ficar exatamente onde estava! Que Deus o levaria através do problema, não fora dele.

Quantas vezes escolhemos fazer exatamente o que Isaque estava prestes a fazer e fugir, em vez de ouvir e confiar em Deus para nos levar através dos tempos difíceis e dos desafios de nossas vidas.

Esclarecendo: Primeiro, o momento do capítulo 26 ocorre ANTES do capítulo 25. Portanto, os gêmeos Esaú e Jacó ainda não haviam nascido. O V2,  diz: “O Senhor apareceu a ele …” O que isso significa, “o Senhor apareceu”?

A palavra usada aqui, é va-yerah ‘   וַיֵּרָא; e esta palavra indica revelação divina. Outra palavra este tipo é : va-yo’mer mas se refere a algo audível.

Va-yerah וַיֵּרָא indica um contato inquestionável com Deus que inclui uma mensagem clara como cristal e que poderia, mas não necessariamente, inclui uma experiência visual.

Visões, ou outra forma de comunicação com o Senhor, são frequentemente questionadas; foi Deus ou apenas um sonho?

No versículo 3, D’us renovou as promessas da aliança que fizera a Abraão, com Isaac. Nunca nos esqueçamos, que todos os personagens da Bíblia são seres humanos reais e muitas vezes duvidavam se Deus ainda esta com ele.

Em Gn26:4,  A promessa “para que todas as nações da terra se abençoem por seus herdeiros” ADICIONA um pequeno detalhe na promessa anterior de que “todas as nações da terra serão abençoadas pelos descendentes de Abraão.

A ideia é que TODA a humanidade será conectada a Israel. O destino da humanidade em geral depende do destino de Israel. O que exatamente isso significa?

Quando chegarmos a Gênesis 48, 49 e 50, mais informações são adicionadas e iluminam o mistério de como todas as nações da Terra serão abençoadas pelos descendentes de Abraão.

A palavra “nações”, na Bíblia está se referindo mais a PESSOAS do que a território. Nações, na maioria das vezes, significa grupos de pessoas junto com seu governo e seus líderes.

Isaac obedeceu; como seu pai Abraão, ele ouviu Deus e fez o que lhe foi pedido. Mas Isaac carregava nele o mesmo medo do pai.

E, aqui encontramos Isaac REPETINDO um traço familiar: o problema de ser sincero especialmente quando se trata de sua esposa e REPETE o comportamento de Abraão, dizendo em G’rar que Rivka é sua irmã.

Embora existam muitos padrões aqui, os resultados são diferentes. Abraão encontrou a fome, e foi determinado a ir ao Egito para enfrentá-la, e o fez. Isaque encontrou a fome, e foi determinado a ir ao Egito para enfrentá-la, mas NÃO foi.

O rei dos filisteus viu Sara, e então ele a sequestrou para seu harém. O rei dos filisteus viu a esposa de Isaac, Rivka, e NÃO a levou. De fato, ele alertou seu povo a não fazer qualquer coisa contra Rivka.

Deus abençoou Isaque por confiar n’Ele e permanecer em Canaã, fazendo com que as colheitas produzissem 100 vezes o que foi semeado. Dizem-nos na V13 que a riqueza de Isaac continuava aumentando e os filisteus locais ficaram amargamente ciumentos.

Esse é um cenário que será repetido várias vezes com os israelitas, pois a bênção de Deus está sobre eles e se manifesta com comida abundante, longevidade, fertilidade e riqueza, mas isto causava inveja a qualquer povo.

Os filisteus mostraram sua raiva e frustração ao entupir poços de água vitais cavados por Abraão anos antes.

Assim, o clã de Isaac havia crescido tão grande e poderoso que eles representavam uma ameaça para os filisteus, e Abimeleque pediu que eles deixassem sua terra.

Isaac  optou por obedecer e então ele reuniu seu clã movendo-se para a margem do rio G’rar e começou a desobstruir alguns poços de água que estavam cheios de terra.

Quando a água começou a fluir novamente, os filisteus afirmaram que era a água deles, e o conflito começou de novo.

Isaac pegou sua tribo e se mudou para Be’er-Sheva. Abimelech (אֲבִימֶלֶךְ), que era prudente renovou o pacto que havia feito anos antes com Abraão.

Imitando seu pai, Isaque constrói um altar, sacrifica ao Senhor e faz seus homens começarem a cavar um novo poço; algo que ele certamente precisaria.

GÊNESE-Capítulo 27

Gostaria de citar uma declaração feita pelo grande estudioso judeu do século 19, Alfred Edersheim: “Se há algum ponto em que deveríamos evitar ansiosamente é o de “tentar a Deus””. Nós o tentamos quando, ouvindo nossas próprias inclinações, questionamos mais uma vez o que Ele já estabeleceu claramente. Onde Deus decidiu, NUNCA devemos duvidar, nem deixar de fazer tudo o que Ele mandou.”.

Quantas vezes sofremos vendo claramente a exigência de Deus para nós, mas pedindo a Ele outra decisão diferente que melhor se adapte à nossa visão. Foi isso que Isaque fez, e criou nada mais do que problemas. (Terreno Fazenda)

O cap 27 começa com Isaque, cego e doente, dizendo a Esaú para caçar um pouco de carne como parte de uma refeição para comemorar a bênção que Isaque concederia a Esaú.

Isso não era de modo algum o que D’us havia dito a Isaac, através de Rebecca,  mas ele decidiu ignorar o que Rebeca dissera.

Não temos tempo agora de analisar tudo mas há algumas coisas interessantes que eu gostaria de compartilhar:  Gênesis 27:36

Esaú fez um trocadilho com o nome do irmão: Enganou-me(Iacveni  יעקבני) deriva da palavra calcanhar (Êkev עֵקֶב ) da qual deriva também o nome de Jacó יַעֲקֹב.

Vamos ler agora, as palavras da berakhah, a bênção que Isaque pronunciou sobre Jacó pensando que era Esaú: Gênesis 27:28

Segundo a Tradição a berakhah, a bênção, depois de pronunciada já está oficializada. A ação já está feita. Jacó recebeu a bênção que Deus pretendia para ele; ele era o primogênito(Bekhor) e recebeu autoridade e poder para liderar o clã.

É incrível: Jacó passou por enganos dolorosos apenas para receber o que nunca poderia ter sido negado a ele, pois o Senhor já havia determinado isso.

O nome da terra de Edom é conhecido na língua grega como Idumea, Edom era o seu povo. Aquele rei Herodes, maligno que se vendeu para Roma e se tornou um fantoche era um descendente de Esaú.

O que também devemos entender é que a maioria dos muçulmanos no mundo hoje está relacionada a Esaú até os do Afeganistão.

Portanto, essa inimizade que ocorreria entre os irmãos gêmeos, Jacó e Esaú, há quase 4000 anos, tem tudo a ver com a condição do mundo hoje.

A bênção diz  em Gn 27:39”   Foi o rei Davi quem foi o primeiro descendente de Jacó a governar os descendentes de Esaú, conforme profetizado na bênção de Isaque.

Foi o rei Acaz que perdeu o controle da nação edomita, e desde então os descendentes de Esaú não admitiram mais estar sob o controle de um israelita.

Este capítulo termina com Rebecca insistindo para que Jacob saia imediatamente para escapar da ira de Esaú.

Rivka disse a Isaac que eles precisavam mandar Jacob embora, para que ele não repetisse os erros de Esaú. E ele concordou. Mas lembre-se, de que Jacob estava na casa dos 70 anos. 

Gênesis 28:9  foi Esaú à casa de Ismael e, além das mulheres que já possuía, tomou por mulher a Maalate, filha de Ismael, filho de Abraão, e irmã de Nebaiote.

É a aliança e o mix genético de Ismael e Esaú que formam a vasta maioria do Islã no mundo de hoje e a maior parte dos muçulmanos. Esse relato de tão poucas palavras no versículo 9 alterou radicalmente o curso da história e pôs em movimento as circunstâncias que trarão o anticristo e o fim da história como ja conhecemos.