PARASHÁ BEHAR (No Monte) בְּהַר
Referencias:
Lv 25:1-26:2,
Jr 32:6-27,
Lc. 7:1-8:56
Vayikrá – Irmiáhu
Conta o Midrash, que na hora da outorga da Torá todas as montanhas se reuniram, e cada uma desejava que sobre ela D’us concedesse a Torá. Cada uma contou sua vantagem.
Um monte, apenas, permaneceu silencioso, pois não possuía nenhuma qualidade especial. E foi justamente aquele que D’us escolheu para outorgar a Torá a Seus filhos! Esta colina foi o Monte Sinai.
É óbvio que D’us o escolheu por ser humilde e modesto, e não ser orgulhoso como as demais montanhas. D’us quis nos ensinar que apenas com modéstia e humildade é possível cumprir os mandamentos da Torá.
Porém, à primeira vista, se D’us quis conceder a Torá em um local baixo – para nos ensinar o atributo da humildade – porque não o fez sobre uma planície ou um vale?
Um monte é uma elevação! Mas justamente essa combinação, “monte” e “Sinai”, nos ensina como devemos cumprir os mandamentos.
Por um lado temos o “monte” que simboliza altura, firmeza. Por outro temos “Sinai”, que está ligado à humildade, submissão. Então há dois pré-requisitos para o recebimento da Torá:
- a) A altura e a firmeza de um monte:É necessário se orgulhar do cumprimento dos mandamentos, e jamais se envergonhar das pessoas que zombam. É preciso cumprir os mandamentos com firmeza, vencer os obstáculos, pois sua fonte é Divina.
b) A humildade do SinaiNão devemos nos orgulhar de nossos próprios méritos, pois apenas quem é humilde consegue aceitar, na íntegra, as palavras da Torá.
Quando minha alma é humilde é que meu o coração capta as palavras da Torá. A firmeza e a humildade não são contraditórias.
Devemos nos orgulhar de cumprir os mandamentos com determinação e sem qualquer constrangimento;
Ao mesmo tempo, devemos ser modestos e humildes em relação a nossas qualidades, e cumprir todos os mandamentos com submissão e aceitação da vontade Divina. Como o Monte Sinai!
Levítico 25
1 Disse mais o Senhor a Moisés no monte Sinai: 2 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando tiverdes entrado na terra que eu vos dou, a terra guardará um sábado ao Senhor. 3 Seis anos semearás a tua terra, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás os seus frutos; 4 mas no sétimo ano haverá sábado de descanso solene para a terra, um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha. 5 O que nascer de si mesmo da tua sega não segarás, e as uvas da tua vide não tratada não vindimarás; ano de descanso solene será para a terra. 6 Mas os frutos do sábado da terra vos serão por alimento, a ti, e ao teu servo, e à tua serva, e ao teu jornaleiro, e ao estrangeiro que peregrina contigo,7 e ao teu gado, e aos animais que estão na tua terra; todo o seu produto será por mantimento.
Ano sabático. O descanso da terra a cada sete anos
Como se sabe, O Eterno ordenou ao povo judeu: “O sétimo dia da semana é Shabat. Neste dia, vocês devem abster-se de fazer quaisquer tarefas cotidianas.”.
O Shabat da terra chama-se Shemitá, que significa “deixar livre” ou “retirar-se”. Durante o ano de Shemitá os agricultores de Israel abstêm-se de lavrar a terra.
Por que O Eterno ordenou ao povo judeu o mandamento de guardar os anos de Shemitá?
Façamos uma analogia com o cumprimento do Shabat. Guardamos o Shabat para recordar que “O Eterno criou o mundo em seis dias e no sétimo dia Ele descansou”.
Mais que isso, quando guardamos o Shabat, demonstramos que confiamos no Eterno e compreendemos que ELE cuida de nós. Como deixar de trabalhar e ganhar seu sustento uma vez por semana?
Você teme que sua família não tenha o suficiente para viver? A resposta é que se confiar verdadeiramente que O Eterno, que ordenou descansar no Shabat, proverá tudo de que você necessita.
O Eterno deseja que seu povo, em qualquer lugar que esteja, deposite sua confiança n’Ele, e somente n’Ele.
Ele temia que os judeus estabelecidos em Israel, que possuíam terras férteis, começassem a depositar sua confiança na terra. Por isso, O Eterno ordenou ao povo judeu um mandamento para guardarem a Shemitá.
Sempre que um agricultor guarda a Shemitá, ele lembra que “O Eterno é o Criador do mundo, é Ele quem me sustenta e à minha família”.
O ano de 5768 (2007/2008) foi um ano de Shemitá.
O Eterno fez três promessas aos filhos de Israel, se observassem a Shemitá:
- Prometeu que a colheita do ano anterior ao ano de Shemitá duraria três anos: “Não se preocupem. Abençoarei a terra, de modo que a colheita do sexto ano seja suficiente para o sexto, sétimo e oitavo anos.”.
- Prometeu que: “Durante o ano de Shemitá ficareis satisfeitos, apesar de comerdes pequenas quantidades de alimento. Assim, vossa produção agrícola durará.”.
- E a terceira promessa: “Se guardarem tanto os anos de Shemitá como os de Yovel (Jubileu), estarão seguros em Israel.” Porém se não observarem nem Shemitá nem Yovel, seus inimigos os forçarão ao exílio.
Há leis especiais referentes ao ano de Shemitá; e estão divididas nas três categorias a seguir:
- No ano de Shemitá um judeu não pode trabalhar a terra em Israel
O ano de Shemitá começa em Rosh Hashaná e termina antes de Rosh Hashaná do ano seguinte.
Neste período, não se pode semear, arar, plantar ou colher; não pode realizar qualquer tarefa que implemente o solo. É um ano de descanso do trabalho agropecuário.
Apenas os cuidados mínimos necessários especificados pela Lei são permitidos, a fim de evitar que as plantas pereçam.
- Os frutos do ano de Shemitá são sagrados e não pertencem ao agricultor
Durante o ano de Shemitá, um agricultor não pode colher todos os frutos para si, mesmo que veja suas árvores frutíferas florescerem e darem frutos.
Os frutos que crescem durante o ano de Shemitá não pertencem ao seu dono. Pertencem ao Eterno, que ordenou que fossem compartilhados igualmente entre todos.
O proprietário não pode trancar o portão e impedir que outros entrem. Estes podem colher tudo o que necessitam para aquele dia; mas não podem estocar.
O proprietário pode comer da produção de seus campos como qualquer estranho, e levar para casa o suficiente para as refeições de um dia, mas não pode colher toda a produção.
Todos os frutos que crescem no ano de Shemitá são sagrados e devem ser tratados com o devido respeito, de maneira diferente dos outros frutos.
As frutas não podem ser vendidas. As cascas e outras partes não comestíveis não podem ser jogadas no lixo, mas deixadas no campo. (Mais sobre fé do que terra)
- O perdão dos empréstimos no ano de Shemitá
Uma pessoa que emprestou dinheiro a outra não pode exigir sua devolução antes do término do ano de Shemitá.
Mais detalhes sobre o significado de Shemitá
As leis de Shemitá expressam conceitos fundamentais da Torá:
- 1. Observando-as reconhecemos que não possuímos a Terra.
O Eterno ordenou: “Descanse no sétimo ano para que saiba que Minha é a Terra.”.
3 Durante a Shemitá, o fazendeiro aproxima-se mais do Todo Poderoso e pede-lhe que provenha seu sustento, pois está proibido de trabalhar.
Assim, consegue compreender que mesmo nos outros seis anos nos quais é permitido trabalhar, ele colhe apenas por causa da Providência Divina, e não como resultado de seu próprio trabalho.
Não devemos nos tornar autoconfiantes e pensar que nossa prosperidade é resultado do trabalho de nossas próprias mãos.
Chuvas, calor ou geada, animais selvagens, insetos, estão fora do nosso controle. Poço artesiano. Nada consegue crescer, brotar, desenvolver-se, ou sequer existir sem a vontade do Todo Poderoso. Se Ele retirar Sua vontade de conceder vida a algo no universo, nem que seja por um instante, aquilo cessaria de existir. (ZEZINHO)
A lição de Shemitá é um antídoto para ele não sucumbir ao equívoco de que é seu trabalho ou esforços que asseguram-lhe o sustento.Somente o Eterno determina se alguém terá sucesso em seus esforços ou não.
Não importa quão desesperadamente um homem lute para ser bem sucedido em seus negócios, será bem sucedido somente se assim for decretado no Céu.
- O Eterno pretende que no ano de Shemitá os agricultores possam dedicar-se mais ao estudo de Torá. Da mesma forma que Ele proibiu trabalharmos no Shabat para Lhe devotarmos este dia, também destinou cada sétimo ano a ser uma época de incremento nos estudos de Torá.
Hoje em dia também observamos Shemitá?
Apesar da destruição do Bet Hamicdash, todas as leis acima mencionadas também vigoram atualmente em Israel. Os proprietários de terras devem cumprir o mandamento de Shemitá e desde 1948 boa parte cumpre. (Peste negra)
Os produtos de Shemitá não podem ser vendidos comercialmente, por causa de sua santidade; nem mesmo após o ano de Shemitá, uma vez que são sagrados para sempre.
Talmud diz: “Mashiach virá ao final de um ano de Shemitá.” Os que observam o ano de Shemitá como se deve contribuem para a chegada do Mashiach.
Histórias atuais sobre o cumprimento de Shemitá
No ano de 5719 (1959), um navio de carga egípcio parou ao se aproximar da costa de Israel. O capitão egípcio havia cometido um erro de navegação.
Quando os membros da tripulação perceberam que estavam se aproximando de território israelense, baixaram rapidamente os botes salva-vidas e fugiram. O navio e sua carga caíram em mãos israelenses.
Aquele era um ano de Shemitá. Todas as semanas, o Comitê Shemitá fazia todo o possível para abastecer os cumpridores de Shemitá com o que precisavam para se sustentar.
Mas apesar de todos os esforços, faltava cebolas. O navio egípcio trazia sua carga completa com toneladas de cebolas.
O Comitê Shemitá conseguiu que toda a carga fosse encaminhada aos cumpridores de Shemitá. O erro do capitão, na verdade, levou-o na direção correta – a direção que O Eterno decretara que ele tomasse.
No ano 5712 (1952), a Agência Judaica decidiu plantar pomares em diversos assentamentos por todo Israel. Um dos pomares designados foi destinado ao moshav Komemiyut.
Os moradores do moshav estipularam uma condição: nenhum trabalho seria feito no pomar durante o ano de Shemitá. A Agência Judaica rejeitou esta condição, e o plantio do pomar foi adiado para 5718, ou seja, 1958.
O homem da Agência Judaica, influenciado pelo entusiasmo do rabino, autorizou o plantio de um pomar em Komemiyut no qual todas as leis de Shemitá seriam fielmente cumpridas, segundo as instruções do rabino.
O pomar custou à Agência Judaica aproximadamente meio milhão de U$. Shemitá veio um ano após seu plantio, quando as mudas novas precisavam de cuidado constante. Estes cuidados básicos eram ordenados somente pelo rabino.
Os responsáveis pela Agência Judaica advertiram o rabino que ele estava colocando o pomar em risco e que todo o investimento talvez se perdesse, mas o rabino ficou firme em sua fé no Eterno, e no mandamento de Shemitá.
No mês de Av, próximo ao final do ano de Shemitá, o administrador da Agência Judaica encarregado dos pomares foi procurar o rabino, todo empolgado.
Disse que, dos doze pomares sob seus cuidados, apenas um – aquele plantado no moshav Komemiyut – cumprira as leis de Shemitá. E foi exatamente este pomar que tinha prosperado mais que todos os outros!
“Como pode explicar isso?” O rabino respondeu: “Creio com fé absoluta que somente o Criador, bendito seja Seu Nome, criou, cria, e criará todas as criaturas – incluindo o pomar”.
“Como estamos cumprindo Sua vontade, O Eterno concedeu Sua bênção ao pomar!” Passaram-se os anos de orlá (os três anos iniciais quando as frutas não podem ser comidas).
As árvores foram cuidadas como as dos outros pomares. A colheita anual rendeu aproximadamente 700 contêineres de frutas cítricas.
Então chegou novamente o ano anterior a Shemitá. Os funcionários da Agência Judaica não podiam acreditar no relatório que receberam: Naquele ano, o pomar do moshav Komemiyut tinha produzido mais de 2.000 contêineres de frutas cítricas!
A princípio, suspeitaram de um erro de contagem. Os números foram conferidos – e provaram-se corretos. A colheita daquele ano foi o triplo da produção dos outros anos!
Uma vez mais, procuraram o rabino para uma explicação. O rabino sorriu, abriu o Livro de Vayicrá e leu: “Concederei Minha bênção sobre vós no sexto ano, e haverá uma colheita suficiente para os três anos.”
O pessoal da Agência Judaica, embora distante do cumprimento da Torá, com seus próprios olhos, havia testemunhado o cumprimento das palavras da Torá!
O mandamento de Yovel (Jubileu,chifre de carneiro,shofar) após sete Shemitot (ano de muita alegria)
Levítico 25
8 Também contarás sete sábados de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os dias dos sete sábados de anos serão quarenta e nove anos. 9 Então, no décimo dia do sétimo mês, farás soar fortemente a trombeta; no dia da expiação fareis soar a trombeta por toda a vossa terra. 10 E santificareis o ano qüinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus habitantes; ano de jubileu será para vós; pois tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família. 11 Esse ano qüinquagésimo será para vós jubileu; não semeareis, nem segareis o que nele nascer de si mesmo, nem nele vindimareis as uvas das vides não tratadas. 12 Porque é jubileu; santo será para vós; diretamente do campo comereis o seu produto.
Se é difícil Shemitá o que dirá então de Yovel não poder trabalhar a terra por dois anos seguidos! Na época do Bet Hamicdash era exatamente isto o que acontecia a cada cinquenta anos. A Torá nos ordena guardar um ano de Yovel a cada 49 anos. Em Yovel, tal como em Shemitá, é proibido trabalhar a terra.
O Yovel caracterizava-se por três obrigações, que recaíam sobre a nação inteira:
- Abstenção de qualquer trabalho agrícola, exatamente como em Shemitá.
- Liberdade incondicional para todo SERVO hebreu.(não era escravo)
- A devolução de todos os campos aos seus proprietários originais.
No Yovel, os Servos judeus são libertados
A cada ano de Yovel, em Yom Kipur, o San’hedrin (Tribunal Superior) tocava o shofar anunciando: “Chegou a hora de libertar os SERVOS judeus”. Da mesma forma, um dia se escutará um magnífico toque do shofar, que anunciará a vinda de Mashiach
Este som será o início da verdadeira liberdade para o povo judeu. Mashiach virá e construirá o terceiro Bet Hamicdash. O Eterno libertará o mundo da morte e da má inclinação (yêtser hará). Techiyat Hametim (Ressurreição dos Mortos) será realidade, e viveremos para sempre.
No Yovel, todos os campos retornam aos seus antigos proprietários
No ano de Yovel, todos os campos devem ser devolvidos ao dono original (ou seus descendentes) a quem foi dada a terra quando Israel foi dividida entre as tribos. Conforme a distribuição feita por Josué.
Assim, as propriedades em Israel serão mantidas dentro das tribos às quais foram originalmente destinadas, respeitando a divisão Divina das terras.
A Torá proíbe a compra ou venda de propriedades em Israel, com a intenção de troca de mãos para sempre.
Quando o 2º Templo foi destruído,no ano 69-D.C., o jubileu parou de ser contado;desde então decidiu-se celebra-lo apenas quando os judeus obtiverem total controle sobre toda a terra de Israel.
Onaat Mamon – Não enganar em transações comerciais
A Torá nos adverte “Ao comprar ou vender um campo, não abuse da outra parte. Calcule exatamente quantos anos faltam para o Yovel e pague o preço justo!”
A Torá nos ordena tratar os outros honestamente, não só ao vender propriedades, mas sempre que fecharmos qualquer negócio.Não se deve pedir um alto preço a um comprador que ignora o valor da mercadoria.
Onaat Devarim – Não magoar a outrem verbalmente
Esta Parashá também menciona a proibição de ofender um semelhante verbalmente. A Torá diz: “Lo tonu ish et amitô – é proibido magoar com palavras cruéis ou equivocadas.” (25:17)
A obrigação de reerguer sobre seus próprios pés um necessitado
A Torá ordena: “E se teu irmão empobrecer e ficar desprovido de recursos, você deve sustentá-lo mesmo que seja um guer (convertido) ou guer toshav (um não judeu que cumpre as Sete Leis de Nôach) para que possa viver com você.” (Vayicrá 25:35)
Este versículo ensina que é uma obrigação estender auxílio financeiro a um semelhante na fé ou até a um guer toshav que necessite de um empréstimo ou caridade.
É um mandamento emprestar ou dar-lhe dinheiro para gerir seus negócios, ou o necessário a alguma transação para a qual lhe faltam os meios.
A Torá enfatiza que devemos reerguê-lo sobre seus pés antes que vá à falência e necessite de caridade.
Se um burro começa a sucumbir sob a carga, um homem possui força suficiente para ajustar a carga em seu lombo ou retirar um pouco dessa, de modo que consiga prosseguir. Uma vez que o burro tenha sucumbido, contudo, nem mesmo cinco homens fortes conseguem colocá-lo novamente de pé.
Similarmente, devemos ajudar alguém assim que seus meios começarem a escassear, e não adiar até que tenha ido à falência.
“Bem afortunado é o quinhão daquele que auxilia os pobres sabiamente.” (Tehilim 41:2)
Dar Tzedacá (Justiça) sabiamente, sem envergonhar quem a recebe é uma arte.
No Bet Hamicdash havia uma câmara chamada “Lishcat Chashai” – Câmara dos Presentes Secretos.
Judeus tementes a D’us lá doavam dinheiro, e pobres de boas famílias o recebiam anonimamente, e assim conseguiam viver.
Ao dar tsedacá, o pobre dá ao seu benfeitor mais que o benfeitor dá ao pobre.
Enquanto o doador despende apenas riqueza material, recebe, em troca, uma inestimável riqueza de méritos espirituais que ultrapassam de longe o que deu. Através da justiça social (Tzedaca), pode-se ser resgatado da morte neste mundo.
É proibido emprestar ou tomar emprestado a juros
A proibição contra os juros inclui dinheiro, artigos e mesmo palavras. Além disso, qualquer um envolvido na negociação peca, como as testemunhas e fiadores.
A Torá também se refere aos juros (ribit) רִבִּית com o termo “neshech” נֶשֶׁר que significa “mordida”.
O Eterno adverte quem empresta: “Não aja como a cobra, astutamente oferecendo empréstimo a alguém, e depois extorquindo dinheiro dele através de juros, e gradualmente tomando posse de seus pertences.”
Deve-se tratar bem o servo hebreu
Um judeu não deve se vender como Servo a fim de ganhar dinheiro, adquirir propriedades, animais ou outros bens. A Torá permite isto apenas como último recurso, em caso de extrema penúria.
Um amo judeu é obrigado a sustentar não apenas seu escravo, mas também sua esposa e filhos. Por exemplo, o mestre deve dar-lhe o mesmo alimento, bebidas, roupas e cama que ele mesmo usa; não pode oferecer-lhe condições de vida inferiores às suas próprias.
Se houver apenas um cobertor ou travesseiro a Torá proíbe o amo de utilizá-los. É obrigado a dá-los ao escravo.
A proibição de se prostrar sobre um chão de pedras (even maskit)
A Torá ordena: “Não te ajoelharás perante Mim sobre um chão de pedra (even maskit).” (26:1)
Os idólatras costumavam prostrar-se para seus ídolos sobre chãos de pedra. Por isto, a Torá proíbe aos judeus ajoelharem-se sobre um chão de pedra, mesmo que estejam rezando para O Eterno. Este mandamento nos afasta da idolatria.
Mensagem da Parashá:
Não tenho dúvida que o Criador instituiu o ciclo Shemitá para que o povo judeu percebesse que suas conquistas e realizações dependem completamente da graça e da boa vontade Dele. Poço artesiano.
Quando confrontado com a realidade da colheita inexistente, os judeus não têm outra escolha a não ser voltar-se para D’us por sustento e apoio.
Podemos extrair uma lição para nossa vida.
Muitas vezes tornamo-nos presas de nosso sucesso, dando-nos tapinhas nas costas e nos congratulando por um trabalho bem feito. Deixamos de perceber a verdadeira fonte de nossa prosperidade.
Iludimo-nos pensando que “minha força e o poder de minha mão trouxeram-me esta riqueza” (Devarim 8:17). Apenas quando passamos por tempos difíceis finalmente percebemos nossa impropriedade.
A fim de lembrarmo-nos do verdadeiro Provedor de nossas necessidades, o Criador toma atitudes severas que nos forçarão a reexaminar nossa autoconfiança.
Ao suportar estes tempos duros e que exigem muito de nós, podemos chegar a uma total percepção da bondade e compaixão de D’us.
Quem sabe você tem tentado com todas as suas forças vencer algo,progredir em algo e não tem conseguido vitória. Quem sabe não está na hora de você achegar-se a D’us, obedecê-lo e clamar para que Ele entre no seu socorro?