Parashá Balak (בלק)
Números (Bemidbar) 22:2 á 25:9
Haftará: Miquéias 5:6 – 6:8 ( Micah ) מִיכָה
Brit Hadashá: Lc 22:1-71
Resumo da Parashá
A Parashá Balak se desvia das viagens do povo judeu no deserto para contar a história de Bilam (Balaão), o profeta pagão que tentou amaldiçoar os filhos de Israel.
Contratado por Balak, o rei de Moav, Bilam concorda em embarcar numa jornada até o acampamento israelita; entretanto, primeiro ele pede permissão a D’us, e vai com a condição de que falaria apenas aquilo que D’us colocasse em sua boca.
Durante a viagem, um anjo brandindo uma espada bloqueia o caminho de Bilam, fazendo que sua montaria desvie-se repetidas vezes da estrada. Incapaz de ver o anjo, Bilam reage golpeando o jumento desobediente por três vezes.
Milagrosamente, D’us faz com que o animal fale com Bilam, e D’us desvela os olhos de Bilam, para que possa ver o anjo de pé em seu caminho. O anjo então lembra o profeta uma vez mais que ele pode apenas falar as palavras que o Eterno colocar em sua boca.
Chegando próximo ao acampamento dos judeus, Bilam tenta amaldiçoá-los repetidamente; todas as vezes D’us o impede, e em vez disso ele termina por pronunciar várias bênçãos e preces,contrariando Balak e Bilam.
A Porção da Torá termina com o envolvimento dos homens judeus com as filhas promíscuas de Moav e Midian, e o indecente ato público de Zimri, um príncipe da Tribo de Shimon, com uma princesa midianita. Pinechas, neto de Aharon, reage zelosamente furando-os até a morte com uma lança, detendo uma peste que D’us havia feito irromper no acampamento.
Quem era o tal Balak?
Números 22:2, 3
2 Ora, Balaque, filho de Zipor, viu tudo o que Israel fizera aos amorreus. 3 E Moabe tinha grande medo do povo, porque era muito; e Moabe andava angustiado por causa dos filhos de Israel.
Lembre-se que o sobrinho de Abraão, chamado Ló foi salvo da destruição de Sodoma e Gomorra juntamente com suas duas filhas. Após fugir da área em destruição, refugiaram-se numa caverna, quando as suas duas filhas ficaram grávidas dele.
Os dois filhos nascidos desta União incestuosa se tornariam os pais das Nações de Moav (Moabitas – ‘que significa de meu Pai’) e Ben-Ami (Amonitas – ‘que significa de Meu Povo’), respectivamente.
Quando os Moabitas ouviram sobre a derrota dos Amonitas os Reis Sichon e Og decidiram juntar forças com seus inimigos de longa data, os Medianitas, a fim de apresentar uma frente unida contra Israel.
Em seguida, os Moabitas consagraram um novo rei, chamado Tzur de Midiã, e lhe foi dado um novo nome Balak.
O Rei Balak era um ‘feiticeiro’, treinado no kishuf כִּשּׁוּף (feitiço e bruxaria). Em vez de preparar-se para uma guerra convencional contra Israel, Ele contratou os serviços de Bil’am Ben Be’or – Balaão.
Números 22:5, 6
5 Ele enviou mensageiros a Balaão, filho de Beor, a Petor, que está junto ao rio, à terra dos filhos do seu povo, a fim de chamá-lo, dizendo: Eis que saiu do Egito um povo, que cobre a face da terra e estaciona defronte de mim. 6 Vem, pois agora, rogo-te, amaldiçoar-me este povo, pois mais poderoso é do que eu; porventura prevalecerei, de modo que o possa ferir e expulsar da terra; porque eu sei que será abençoado aquele a quem tu abençoares, e amaldiçoado aquele a quem tu amaldiçoares.
Seu plano era lutar contra Israel por meio de poderes “espirituais” – de feitiçaria. Talvez ele pensasse que, se ele e Balaão combinassem seus poderes, eles poderiam vencer Israel.
Números 22:7, 8
7 Foram-se, pois, os anciãos de Moabe e os anciãos de Midiã, com o preço dos encantamentos nas mãos e, chegando a Balaão, repetiram-lhe as palavras de Balaque. 8 Ele lhes respondeu: Passai aqui esta noite, e vos trarei a resposta, como o Senhor me falar.
E veio a resposta de D’us.
Números 22:9-12
9 Então veio D’us a Balaão, e perguntou: Quem são estes homens que estão contigo? 10 Respondeu Balaão a D’us: Balaque, filho de Zipor, rei de Moabe, mos enviou, dizendo: 11 Eis que o povo que saiu do Egito cobre a face da terra; vem agora amaldiçoar-mo; porventura poderei pelejar contra ele e expulsá-lo. 12 E D’us disse a Balaão: Não irás com eles; não amaldiçoarás a este povo, porquanto é bendito.
Números 22:15-17
15 Balaque, porém, tornou a enviar príncipes, em maior número e mais honrados do que aqueles. 16 Estes vieram a Balaão e lhe disseram: Assim diz Balaque, filho de Zipor: Rogo-te que não te demores em vir a mim,17 porque grandemente te honrarei, e farei tudo o que me disseres; vem pois, rogo-te, amaldiçoar-me este povo.
Números 22:18-19
18 Respondeu Balaão aos servos de Balaque: Ainda que Balaque me quisesse dar a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia ir além da ordem do Senhor meu D’us , para fazer coisa alguma, nem pequena nem grande. 19 Agora, pois, rogo-vos que fiqueis aqui ainda esta noite, para que eu saiba o que o Senhor me dirá mais.
E D’us responde novamente:
Números 22:20
20 Veio, pois, D’us a Balaão, de noite, e disse-lhe: Já que esses homens te vieram chamar, levanta-te, vai com eles; todavia, farás somente aquilo que eu te disser.
Números 22:22-23
22 A ira de D’us se acendeu, porque ele ia, e o anjo do Senhor pôs-se-lhe no caminho por adversário. Ora, ele ia montado na sua jumenta, tendo consigo os seus dois servos. 23 A jumenta viu o anjo do Senhor parado no caminho, com a sua espada desembainhada na mão e, desviando-se do caminho, meteu-se pelo campo; pelo que Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho.
Desviou-se a mula por mais duas vezes mesmo sendo espancada por Bilam,
Números 22:28-29
28 Nisso abriu o Senhor a boca da jumenta, a qual perguntou a Balaão: Que te fiz eu, para que me espancasse estas três vezes? 29 Respondeu Balaão à jumenta: Porque zombaste de mim; oxalá tivesse eu uma espada na mão, pois agora te mataria.
Respondeu a jumenta:
Números 22:30
30 Tornou a jumenta a Balaão: Porventura não sou a tua jumenta, em que cavalgaste toda a tua vida até hoje? Porventura tem sido o meu costume fazer assim para contigo? E ele respondeu: Não.
Números 22:31-33 :
31 Então o Senhor abriu os olhos a Balaão, e ele viu o anjo do Senhor parado no caminho, e a sua espada desembainhada na mão; pelo que inclinou a cabeça, e prostrou-se com o rosto em terra. 32 Disse-lhe o anjo do senhor: Por que já três vezes espancaste a tua jumenta? Eis que eu te saí como adversário, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim; 33 a jumenta, porém, me viu, e já três vezes se desviou de diante de mim; se ela não se tivesse desviado de mim, na verdade que eu te haveria matado, deixando a ela com vida.
Respondeu Bilam:
Números 22:34-35
34 Respondeu Balaão ao anjo do Senhor: pequei, porque não sabia que estavas parado no caminho para te opores a mim; e agora, se parece mal aos teus olhos, voltarei. 35 Tornou o anjo do Senhor a Balaão: Vai com os mensageiros, somente a palavra que eu te disser é que falarás. Assim Balaão seguiu com os príncipes de Balaque:
Quem era Bil’am Ben Be’or – Balaão?
Bil’am Ben Be’or – Balaão era de Aram (antiga Mesopotâmia/Síria). A origem do nome em hebraico, “bil’am”, tem o sentido de “duvidoso”, da raiz hebraica.
“bil” = causar confusão.
Isto espelha a sua própria atividade, esteve a serviço no início do Rei pagão Balak, para proferir uma maldição contra Israel, e depois o Eterno o chama para profetizar em seu nome. Segundo a tradição ele realmente era um descendente de Labão, do qual Jacó fugiu (Gn 31).
Bil’am (Balaão) era um homem que recebeu a inspiração do Eterno. Isto é uma coisa tão estranha: D’us libertou e logo guiou o seu povo, que é agora uma nação estabelecida.
Mas então D’us comunica-se com um profeta gentio que não é parte do seu povo. Não há nenhuma razão para considerar Bilam santo, ou honrado perante D’us, ou que a sua lealdade ao D’us de Israel era real.
Mas Bilam foi um gentio “profeta” usado por D’us. Que ouviu diretamente do D’us de Israel. Mas ele usava do seu dom de adivinhador, ou de profeta, como um profissional pago.( Diferença entre profeta e sacerdote)
Mas, uma coisa nós sabemos, que ele tinha acesso ao D’us verdadeiro e sabia invocar o nome do ETERNO.
O texto indica que Balaão tinha algum conhecimento real do D’us de Israel. Mas por que D’us deu-lhe o dom da nevu’ah – profecia נְבוּאָה? Ou porque tinha acesso ao D’us de Israel? Isto as escrituras não esclarecem.
Na minha percepção D’us pode ter até um profeta gentio, mas não pode ter um profeta que não diga aquilo que Ele falou como a gente vê hoje por ai. E a punição é a morte como veremos adiante.
Qual o ensinamento desta História.
Descobriremos que a importância desta história não é saber mais de Bilam, mas descobrir sua finalidade dentro do livro de Números. Três considerações vem até nós:
Primeira, a narrativa mostra que não há outro D’us como o D’us de Israel. Bilam estava convicto que O ETERNO é um e que a bruxaria era ineficaz para impedir que os planos do Eterno se cumprissem.
Balaão se convenceu que unicamente poderia dizer o que D’us colocaria em sua boca, e que ele era incapaz de falar o que Balak solicitara.
Em seu terceiro oráculo Balaão se colocou à disposição de D’us . Foi neste momento que o Espírito de D’us desceu sobre ele.
Em segundo lugar, a história narrada no livro de números demonstra que o povo de D’us é invencível. As forças do mal nada podem contra aqueles que são abençoados pelo Senhor.
Nm 24:8, 9
8 É D’us que os vem tirando do Egito; as suas forças são como as do boi selvagem; ele devorará as nações, seus adversários, lhes quebrará os ossos, e com as suas setas os atravessará.
9 Agachou-se, deitou-se como leão, e como leoa; quem o despertará? Benditos os que te abençoarem, e malditos os que te amaldiçoarem.
Em terceiro lugar, através da narrativa, D’us dá a conhecer aos pagãos o seu plano para com seu povo Israel. Bilam indica o momento em que, Israel seria vitorioso sobre todos os seus inimigos e ser capaz de viver em paz.
As profecias de Balaão: Ao chegar a Moabe, Balaque levou Balaão a um lugar onde ele podia ver a vastidão do campo israelita. Seu propósito era convencer Balaão de que os israelitas eram uma séria ameaça.
Mas D’us havia avisado Balaão para falar apenas as palavras que D’us lhe disse para falar. Balaão obedeceu e, em vez de anunciar uma maldição sobre Israel, anunciou uma benção.
19,20 Nm 23:7-10
7 Então proferiu Balaão a sua parábola, dizendo: De Arã me mandou trazer Balaque, o rei de Moabe, desde as montanhas do Oriente, dizendo: Vem, amaldiçoa-me a Jacó; vem, denuncia a Israel. 8 como amaldiçoarei a quem D’us não amaldiçoou? E como denunciarei a quem o Senhor não denunciou? 9 Pois do cume das penhas o vejo, e dos outeiros o contemplo; eis que é um povo que habita só, e entre as nações não será contado. 10 Quem poderá contar o pó de Jacó e o número da quarta parte de Israel? Que eu morra a morte dos justos, e seja o meu fim como o deles.
Balak ficou decepcionado com este resultado:
Nm 23:11-12
11 Então disse Balaque a Balaão: Que me fizeste? Chamei-te para amaldiçoares os meus inimigos, e eis que inteiramente os abençoaste. 12 E ele respondeu: Porventura não terei cuidado de falar o que o Senhor me puser na boca?
Balak após edificar sete altares e oferecer um touro e um carneiro em cada altar, levou Bilam para outro lugar, onde ele conseguiu uma visão melhor e, assim, fosse persuadido a pronunciar uma maldição destrutiva. Mas Bilam anunciou uma bênção sobre Israel.
Nm 23:18-24
18 Então proferiu Balaão a sua parábola, dizendo: Levanta-te, Balaque, e ouve; escuta-me, filho de Zipor; 19 D’us não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele dito, não o fará? Ou, havendo falado, não o cumprirá? 20 Eis que recebi mandado de abençoar; pois ele tem abençoado, e eu não o posso revogar. 21 Não se observa iniquidade em Jacó, nem se vê maldade em Israel; o senhor seu D’us é com ele, no meio dele se ouve a aclamação dum rei; 22 É D’us que os vem tirando do Egito; as suas forças são como as do boi selvagem. 23 Contra Jacó, pois, não há encantamento, nem adivinhação contra Israel. Agora se dirá de Jacó e de Israel: Que coisas D’us tem feito! 24 Eis que o povo se levanta como como leão; e se ergue e não se deita até que devore a presa, e beba o sangue dos que foram mortos:
Uma terceira tentativa, de um terceiro lugar,trouxe mais benção . Balak após edificar sete altares e oferecer um touro e um carneiro em cada altar, levou Bilam ao cume do Monte Peor onde ele conseguiu uma visão melhor.
Nm 24:1-9
1 Vendo Balaão que parecia bem aos olhos do Senhor que abençoasse a Israel, não foi, como era costume, ao encontro dos encantamentos, mas voltou o rosto para o deserto. 2 E, levantando Balaão os olhos, viu a Israel que se achava acampado segundo as suas tribos; e veio sobre ele o Espírito de D’us..
3 Então proferiu Balaão a sua parábola, dizendo: Fala Balaão, filho de Beor; fala o homem que tem os olhos abertos; 4 fala aquele que ouve as palavras de D’us , o que vê a visão do Todo-Poderoso, que cai, e se lhe abrem os olhos: 5 Quão formosas são as tuas tendas, ó Jacó! As tuas moradas, ó Israel!
6 Como vales, elas se estendem; são como jardins à beira dos rios, como árvores de aloés que o Senhor plantou, como cedros junto às águas. 7 De seus baldes manarão águas, e a sua semente estará em muitas águas; o seu rei se exaltará mais do que Agague, e o seu reino será exaltado.8 É D’us que os vem tirando do Egito; as suas forças são como as do boi selvagem; ele devorará as nações, seus adversários, lhes quebrará os ossos, e com as suas setas os atravessará.9 Agachou-se, deitou-se como leão, e como leoa; quem o despertará? Benditos os que te abençoarem, e malditos os que te amaldiçoarem.
Balaque, com raiva, descartou Balaão, mas em resposta, Balaão anunciou mais uma bênção sobre Israel.
Nm 24:15-20
15 Então proferiu Balaão a sua parábola, dizendo: Fala Balaão, filho de Beor; fala o homem que tem os olhos abertos; 16 fala aquele que ouve as palavras de D’us e conhece os desígnios do Altíssimo, que vê a visão do Todo-Poderoso, que cai, e se lhe abrem os olhos: 17 Eu o vejo, mas não no presente; eu o contemplo, mas não de perto; de Jacó procederá uma estrela, de Israel se levantará um cetro que ferirá os termos de Moabe, e destruirá todos os filhos de orgulho.
18 E Edom lhe será uma possessão, e assim também Seir, os quais eram os seus inimigos; pois Israel fará proezas. 19 De Jacó um dominará e destruirá os sobreviventes da cidade.20 Também viu Balaão a Amaleque e proferiu a sua parábola, dizendo: Amaleque era a primeira das nações, mas o seu fim será a destruição.
Quando Balaão se encontrou com Balak ele lhe avisou que só poderia dizer aquilo que o Senhor colasse em sua boca (Números 22:38). Então ele foi levado por Balak para amaldiçoar Israel, mas por 4 vezes Balaão teve de proferir bênçãos da parte do Senhor sobre Israel.
Na primeira profecia, Balaão declarou não ser capaz de amaldiçoar aqueles a quem D’us não havia amaldiçoado (Números 23:7-10).
Na segunda profecia, ele reafirmou que D’us estava ao lado dos israelitas, garantindo-lhes a vitória sobre os moabitas (Números 23:18-24).
Na terceira profecia Balaão falou sobre as bênçãos que D’us havia planejado para Israel. Ele também ressaltou que seria maldito qualquer um que se levantasse com o propósito de amaldiçoar aquele povo (Números 24:1-9).
Na quarta profecia, ele profetizou sobre a vinda de um grande conquistador que viria no futuro e que derrotaria de forma esmagadora os moabitas e edomitas. Apontava também para as conquistas ainda maiores do Messias, do qual o reinado de David apenas prefigurava.
Veja o que fala o Rambam (1135-1204 Espanha),, o maior erudito que Israel já teve a profecia de Balaão fala sobre ‘dois ungidos’ ou seja, sobre o Rei David e sobre O Mashiach (O Messias).
Na Mishná Torah (Reiteração da Lei, conhecida por Yad ha-Chazaka (A mão forte), é um código legal em quatorze volumes; tratando de temas como: conduta ética, leis civis, corrupção, casamento e divórcio e ajuda aos pobres; foi escrita pelo Rabi Moshê Ben Maimon (Maimônides) ou simplesmente Rambam) ensina:
“Bil’am profetizou sobre os dois ‘ungidos (Nm 24:15-20)’:
o primeiro Ungido é o Rei David, que salvou Israel de seus inimigos; e o último é O Mashiach, que deve ser dos descendentes de David e que irá salvar todo o Israel no fim das Eras”.
“Lá ele diz: ‘Eu o vejo, mas não agora’ – trata-se de David; ‘eu o contemplo, mas ele não está próximo’ – isto é O Rei Mashiach (Messias);
‘deve sair uma estrela de Jacó’ – trata-se de David; ‘E um cetro deve brotar de Israel’ – este é O Rei Mashiach (Messias)’;
‘E esmagou os Moabitas e os mediu’ – trata-se de David, conforme está escrito; Também derrotou os Moabitas e os mediu: duas vezes – 2°Samuel 8:2. ’;
‘E governará sobre todos os filhos de Seth – este é O Rei Mashiach (Messias), como está escrito o seu domínio se estenderá de mar a mar e até às extremidades da terra Zacarias 9:10’,… (Mishne Torah)’.
O plano de Balaão
No entanto, Balaão estava bravo. Seu fracasso em amaldiçoar Israel significava que ele não receberia o pagamento de Balaque que ele queria tanto. Ele, portanto, decidiu ter um plano próprio.
Este plano não tinha nada a ver com benção ou maldição, mas Balaão esperava que isso pudesse trazer destruição a Israel e assim ganhar a recompensa de Balak. Ele usou as mulheres estrangeiras para seduzir homens israelitas, e logo o campo israelita era uma cena de imoralidade e idolatria generalizadas.
Então D’us enviou uma praga que matou vinte quatro mil pessoas, Balaão deve ter pensado que seu plano estava funcionando, mas a ação rápida do sacerdote israelita Fineias salvou Israel (Nm 25:1-9; 31:16).
A heresia em Pe’or.
De acordo com os sábios no Talmud; (Sanhedrin 106a), ‘quando Balaão viu que ele não podia prevalecer contra Israel pelas suas palavras, ele intentou uma estratégia diferente para derrotar os filhos de Israel.
Ele instrui Balaque para erguer tendas perto do acampamento dos Israelitas, então acampados em Shitim, e colocar senhoras nas portas das tendas pra vender roupas e vestes para os israelitas.
As senhoras levavam os homens para dentro das tendas, onde as jovens e atraentes mulheres Moabitas aguardavam adornadas em vestes sedutoras e perfumadas.
Então as jovens Moabitas tentavam os a ingressar no culto a Ba’al P’eor e levando os israelitas a cometer idolatria (o culto sexual). Assim, Balaão, finalmente conseguiu trazer maldição contra Israel… ’ Talmud Sanhedrin 106ª.
Na punição à pratica da Idolatria, uma Praga estourou e D’us mandou Moisés empalar (Empalamento é um método de execução que consistia na inserção de uma estaca que atravessasse o corpo da pessoa, até a morte.).
Porem antes de a ordem ser realizada, Zimri príncipe) Israelita tomou uma das princesas dos Medianitas em uma das barracas e a levou para perto da entrada do Mishkan (Tabernaculo) e teve publicamente relações sexuais (como forma de adoração) com ela.
Então Pinchas (Fineias), o neto de Aarão, pegou uma lança e atravessou a ambos, assim interrompendo a Praga que alastrava entre os filhos de Israel.
Esta praga derramada pelo Eterno levou a morte 24.000 da Comunidade de Israel.
D’us ordenou a Moisés que se vingasse do crime de Balaão. Ele declarou a guerra contra os midianitas, matou cinco de seus príncipes e um grande número de outras pessoas sem distinção de idade ou sexo, entre os quais o próprio Balaão que foi morto mais tarde por Josué. (Js 13:22).
O conselho de Balaão e sua morte
Parte da bênção de Balaão é usada ate hoje na 1°parte do serviço, de adoração e oração, diário de manhã. A ‘oração’ (louvor) é conhecida como Má Tovu, pode ser encontrada no Sidur (livro de “oração” – louvor) diário e no Sidur de Shabat.
5Quão formosas são as tuas tendas, ó Jacó! As tuas moradas, ó Israel! (Números 24:5)
Porém eu, confiando na multidão da Tua misericórdia, entrarei na Tua casa e me prostrarei ante do Teu santo santuário, estando cheio do Teu temor. Salmos 5:8
ETERNO, eu amei a morada da Tua casa e o lugar de onde habita a Tua Glória. Salmos 26:8
E abençoarei diante de Ti, oh ETERNO, meu Senhor. Seja, Oh ETERNO, nesta hora de minha prece, hora favorável diante de Ti: O ETERNO ouve-me com a multidão da Tua misericórdia, responde-me segundo a verdade da Tua salvação. Salmos 69:13
Balaão passou a ser mencionado na Bíblia como exemplo de um falso profeta que procura fazer o povo de D’us tropeçar. É assim que ele aparece no Novo Testamento.
Judas adverte contra o erro das pessoas que são levadas pelo engano do prêmio de Balaão. O apóstolo Pedro fala sobre o perigo de seguir o caminho de Balaão que “amou o prêmio da injustiça” (Judas 11; 2 Pedro 2:15).
No livro do Apocalipse, Yeshua repreendeu a Igreja em Pérgamo por tolerar pessoas que seguiam a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balak a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos banquetes da idolatria e se entregassem a imoralidade (Apocalipse 2:14).
Com base nesses textos, também é possível perceber com muita clareza qual foi o erro de Bilam. Ele conheceu a vontade do Senhor, mas ainda assim voltou suas costas para Ele, recusou-se a ouvir sua palavra e arquitetou um plano para destruir o seu povo escolhido.
O Talmud (Tratado Berachot 12b) declara que os Sábios queriam incluir a porção Balac desta semana da Torá na prece diária do Shemá. Por quê?
O que há de tão especial na Porção Balak para justificar que seja recitada diariamente em uma das preces mais importantes?
A resposta pode ser encontrada em um versículo em particular –
“Eles são uma nação que se levanta como um jovem leão” (Bamidbar/Números 23:24).
O Rab Yehudah Leib , Polonia 1847-1905 EC) explica que os rabinos consideraram este versículo tão importante porque representa uma das mais elevadas aclamações do povo judeu.
Como o leão, somos uma nação que sempre se levanta; pois somos povo de D’us,não importa o quanto caímos, sempre nos levantamos. Isso é o que são os judeus, e é o traço de caráter do qual mais nos orgulhamos. Somos um povo que se ergue das cinzas pela mão do Eterno..
O Rei Salomão escreveu:
16 Porque sete vezes cai o justo, e se levanta; mas os ímpios são derribados pela calamidade. “(Mishlê/Provérbios 24:16).
O que é, exatamente, um justo? Um indivíduo justo não é necessariamente quem jamais comete pecado, mas sim a pessoa que peca e levanta-se novamente.·.
Esta é a mensagem que deixo para aquele que esta desanimado:
“Não desista. É disso que trata a vida – as batalhas e os conflitos. Nossos sábios dizem que o único modo de tornar-se um indivíduo justo é após a queda. Isso é o que nos torna melhor.
O crescimento vem apenas com o conflito. Não é automático. “Às vezes você precisa perder algumas batalhas antes de vencer a guerra.” É disso que trata a teshuvá, o retorno ao caminho da Torá e as mitsvot nos levando mais próximos do Eterno.
Haverá batalhas, retrocessos, conflitos e perdas. Mas temos de nos levantar outra vez. Esta é uma lição da história judaica e uma lição para cada um de nós.
Às vezes, nós, como judeus, podemos estar adormecidos. Podemos passar anos sem cumprir mandamentos, sem nos submeter ao Eterno.
E então despertamos como um leão e mudamos. Somos uma nação que não é derrotada, uma nação de sobreviventes. É devido a esta característica que ainda estamos aqui até hoje.