História judaica é profecia.
A história dos patriarcas serve de mapa.
Os atos dos pais são códigos proféticos para os filhos.
Essa é exatamente a perspectiva de Jesus ao citar os dias de Noé, com o dilúvio; e os dias de Ló, com a destruição de Sodoma e Gomorra. Jesus vê essas histórias antigas como marcadores proféticos para o tempo de juízo que ainda está por vir.
Malaquias 4: 4 a 6 adverte:
זִכְר֕וּ תּוֹרַ֖ת מֹשֶׁ֣ה עַבְדִּ֑י אֲשֶׁר֩ צִוִּ֨יתִי אוֹת֤וֹ בְחֹרֵב֙ עַל־כָּל־יִשְׂרָאֵ֔ל חֻקִּ֖ים וּמִשְׁפָּטִֽים׃
Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a qual lhe prescrevi em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos.
הִנֵּ֤ה אָֽנֹכִי֙ שֹׁלֵ֣חַ לָכֶ֔ם אֵ֖ת אֵלִיָּ֣ה הַנָּבִ֑יא לִפְנֵ֗י בּ֚וֹא י֣וֹם יְהוָ֔ה הַגָּד֖וֹל וְהַנּוֹרָֽא׃
Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor;
וְהֵשִׁ֤יב לֵב־אָבוֹת֙ עַל־בָּנִ֔ים וְלֵ֥ב בָּנִ֖ים עַל־אֲבוֹתָ֑ם פֶּן־אָב֕וֹא וְהִכֵּיתִ֥י אֶת־הָאָ֖רֶץ חֵֽרֶם׃
[הנה אנכי שלח לכם את אליה הנביא לפני בוא יום יהוה הגדול והנורא]
ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição.
Muitos ao lerem essas palavras de Malaquias imaginam que ele está se referindo a paz familiar, com pais e filhos em harmonia. O contexto desse texto não confirma essa teoria.
O Senhor dirige essas palavras a Israel. Os pais, ou patriarcas, são Abraão, Isaque e Jacó! Eles são os nossos pais na fé! Pois através do Messias somos enxertados na oliveira, enxertados em Israel.
O mundo inteiro se desperta para entender que nossa fé, não tem 2000 anos, mas, 6000 anos!
Não existe na bíblia nenhuma menção ao calendário hora praticado. Não existe nenhuma comemoração em 25 de dezembro, não existe Domingo de Ramos, não existe Santa Ceia, não existe nenhum ensino liberando o consumo de animais imundos, etc.
Todas essas “novidades modernas”, ou seja, essa onda teológica que dominou a fé nos últimos 2000 anos está profetizada/escondida nas histórias do Velho Testamento.
Quando José, que é uma figura profética de Jesus, se encontra com seus irmãos na primeira vez, eles não o reconhecem pois ele está vestido com roupas Egípcias, falando através de intérpretes! Em nada ele se assemelhava ao jovem que eles haviam vendido aos Midianitas (povo que se tornou inimigo de Israel)!
Faraó reconheceu o valor de José e inclusive confiava nas revelações que José tinha através do Senhor. Entretanto, apesar de reconhecer e valorizar José ele muda o nome de José, para Zafenate-Panéia. Os demais egípcios também reconheciam o valor de José, Jose era uma figura de autoridade no Egito como foi previsto nos sonhos proféticos de José quando jovem. Entretanto,num certo sentido, os Egípcios também não conheciam o José de verdade!
Os Egípcios precisaram que os irmãos de José o reconhecessem para que eles também pudessem ter acesso ao verdadeiro José.
Devemos lembrar que não fazem nem cem anos que os judeus retornaram a Israel, revitalizaram a língua hebraica e puderam traduzir a Novo Testamento para o Hebraico.
Foi a partir do reconhecimento de um grupo de Judeus falantes da língua Hebraica que o movimento dos Nazarenos se fortaleceu no mundo novamente e muitos estão descobrindo as raízes hebraicas da verdadeira fé.
José pediu que os tradutores, os estrangeiros, saíssem da presença dele antes dele se revelar aos seus irmãos.
Da mesma forma, muitos judeus, quando ficam livres da interferência dos tradutores, podem finalmente reconhecer seu irmão: Yeshua. Yeshua sem as vestimentas, a língua e a cultura estrangeira ao judaísmo, pode finalmente ser reconhecido pelos seus com Deus Salvador.
Nunca um judeu se sentirá atraído, por um personagem totalmente estrangeiro, com nome de estrangeiro ( não existe o som “J” em Hebraico), que se veste como um romano e que frequenta a igreja no primeiro dia da semana (domingo) ao invés de ir numa sinagoga no sétimo dia, que é o Shabbat. Os irmãos de Yeshua nunca poderão reconhecer o messias num personagem que desrespeita toda e qualquer tradição judaica e que ainda cria uma instituição estranha, cheia de ídolos e celebrações estranhas.
Não estou falando de contextualizar o evangelho para cultura judaica, estou falando em aprender a unica religião ensinada na Bíblia: o Judaísmo Nazareno.
Após a morte de Salomão, houve um homem trabalhador, valente e capaz chamado Jeroboão. Ele se destacava tanto que o próprio Salomão o colocou como líder sobre todas as obras do Reino.
Este homem, que não pertencia à descendência real, não era descendente de David, acabou se tornando Rei sobre 10 das 12 tribos do Reino! Ou seja, a maioria seguiu Jeroboão e o descendente original de David, ficou apenas com 2 tribos.
Bíblia relata o seguinte:
“Jeroboão edificou Siquém, na região montanhosa de Efraim, e passou a residir ali; dali edificou Penuel.
Disse Jeroboão consigo: Agora, tornará o reino para a casa de Davi.
Se este povo subir para fazer sacrifícios na Casa do Senhor, em Jerusalém, o coração dele se tornará a seu senhor, a Roboão, rei de Judá; e me matarão e tornarão a ele, ao rei de Judá.
Pelo que o rei, tendo tomado conselhos, fez dois bezerros de ouro; e disse ao povo: Basta de subirdes a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito!
Pôs um em Betel e o outro, em Dã.
E isso se tornou em pecado, pois que o povo ia até Dã, cada um para adorar o bezerro.
Jeroboão fez também santuários nos altos e, dentre o povo, constituiu sacerdotes que não eram dos filhos de Levi.
Fez uma festa no oitavo mês, no dia décimo quinto do mês, igual à festa que se fazia em Judá, e sacrificou no altar; semelhantemente fez em Betel e ofereceu sacrifícios aos bezerros que fizera; também em Betel estabeleceu sacerdotes dos altos que levantara.
No décimo quinto dia do oitavo mês, escolhido a seu bel-prazer, subiu ele ao altar que fizera em Betel e ordenou uma festa para os filhos de Israel; subiu para queimar incenso.
Podemos perceber no relato acima o seguinte:
1. Mudança do local de adoração (Bel e Dã ao invés de Jerusalém)
2. Mudança do sacerdócio (estrangeiros ao invés dos filhos de Levi)
3. Mudança do dia de culto (dia escolhido a seu bel-prazer)
4. Mudança do objeto de culto (bezerro de ouro ao invés do Deus de Israel)
Foram mantidos elementos de religiosidade:
1. incenso
2. altar
3. sacrifícios
4. santuários
5. celebraçōes e festas
6. sacerdotes
Nessa história estão exemplificados as principais estratégias para se invalidar uma religião e se fundar uma nova religião.
Para se ser bem sucedido em suplantar um sistema religioso, é essencial substituir o calendário, o local de culto, a liderança e o objeto a será adorado. Ao mesmo tempo é importantíssimo se manter um clima religioso, uma atmosfera de frenesi e contrição através de sacrifícios e rituais de adoração.
O que mais importa é o impacto que essas estratégias possam ter sob os participantes desses eventos e não a verdade.
A nova religião precisa conservar certos elementos familiares e deve fomentar o sentimento de pertencimento.
Muitos enxergam na história acima a descrição profética do que viria a ser o Cristianismo. O Cristianismo é formado majoritariamente pelo Catolicismo Romano e as várias denominações que se opõem ao Catolicismo, apesar de não aceitarem os erros mais grotescos dessa religião, ainda preservam os elementos essenciais da religião de Jeroboão:
1. Retiram a importância de Jerusalém, e não consideram o templo que foi destruído como relevante
2. Calendário diferente (ignoram as festas do Senhor e adotam datas festivas em conformidade com o paganismo)
3. Sacerdotes estrangeiros ( se orgulham de não serem judeus)
4. Mudam de tal forma Yeshua que ele passa a ser um Deus diferente do Deus do Velho Testamento. Jesus é um concorrente do Deus do Velho Testamento que vem mostrar uma lei superior a Torah.
Como disse acima: Todas essas “novidades modernas”, ou seja, essa onda teológica que dominou a fé nos últimos 2000 anos já foi profetizada. A História do Cristianismo está escondida no Velho Testamento, e não é uma boa história. Nenhum dos discípulos de Jesus jamais se auto intitulou como cristão. Essa palavra, que aparece apenas 3 vezes na bíblia inteira, foi a designação que os pagãos deram aos discípulos. Sabemos que é Deus que nos nomeia e não os pagãos! Os discípulos não tinham em mente nada que os afastasse do Judaísmo, pois era a única religião existente entre eles. Eles eram os Nazarenos.
Paulo nunca se auto denominou cristão. Ele disse ser fariseu, mas nunca cristão.
Precisamos escapar dessa versão moderna da religião de Jeroboão, pois: História Judaica é Profecia.