Parashá Terumá (Oferta)

Parashá Terumá (Oferta)
Ex 25: 1-27:19/1Reis:5:26-6:13
2Co.5:33-37

A Parashá Terumá inicia uma série de quatro das cinco porções que discutem em detalhes a construção do Tabernáculo (Mishcan), que servia de “ponto de encontro” para a presença de D’us entre seu  povo.

A porção da semana relata a descrição de D’us a Moisés sobre como construir o Tabernáculo (Mishcan), começando com uma lista dos vários materiais preciosos a serem coletados pelo povo para este projeto.

D’us descreve a Arca de madeira e ouro que abrigaria as tábuas com os Dez Mandamentos, completa com sua cobertura representando dois querubins (anjos com rosto de crianças) um de frente para o outro.

Em seguida, D’us entrega a Moisés as plantas da mesa sagrada (Shulchan) sobre a qual os Pães da Proposição (Lechem Hapanim) serão colocados a cada semana.

Segue com a descrição do Candelabro (Menorá) de ouro puro, que deveria ser feita de um único pedaço grande de ouro. D’us descreve a estrutura do próprio Tabernáculo, detalhando a cobertura tecida e bordada, as cortinas, as divisões e as paredes externas móveis. A Porção da Torá conclui com as instruções para o altar de cobre e o grande pátio externo do Tabernáculo.

                                          Mensagem da Parashá

O capitulo 25 de Êxodo nos apresenta as instruções detalhadas para a construção do Tabernáculo. Em hebraico a palavra é Mishcan,que esta relacionada com a apalavra Sharram que significa habitar e esta palavra Sharram ,ela também forma a raiz da palavra Sherriná.

E como tudo na Torah, também o Tabernáculo terrestre forma um padrão de algo muito maior.O Tabernáculo terreno é uma imagem desenhada do Tabernáculo Celestial.

Ex 25:1-9                       PAGS 2 E 3

1Então disse o Senhor a Moisés:    2Fala aos filhos de Israel que me tragam uma OFERTA alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada.    3E esta é a oferta alçada que tomareis deles: ouro, prata, bronze,    4estofo azul, púrpura, carmesim, linho fino, pêlos de cabras,    5peles de carneiros tintas de vermelho, peles de golfinhos, madeira de acácia,    6azeite para a luz, especiarias para o óleo da unção e para o incenso aromàtico,    7pedras de ônix, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral.    8E me farão um santuário, para que eu habite no meio deles.**    9Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis. 

A 1º observação que o Eterno fala expressamente neste texto que a contribuição financeira Terumá (Oferta), somente deveria ser recebida se o homem tivesse o coração inclinado para isso.

Ou seja, somente se a contribuição fosse de maneira voluntária, espontânea e não por meio de uma coação. E as pessoas também, deveriam doar não esperando nada em troca. A não ser a própria presença do Eterno em suas vidas.

Segundo Rashi se a oferta não for com a intenção correta ela é inválida e o Eterno não a aceita. O Eterno abomina todas esta ofertas e dízimos que tem como objetivo comprar bênçãos.

Hoje em dia….

**Conforme os versículo 8 e 9, (PAG 3)o Eterno não moraria no Tabernáculo e sim no meio deles. O Tabernáculo não era a casa de Elohim, mas sim o centro da vida religiosa do povo de D’us.

Segundo Rashi, o Tabernáculo não é a casa do Eterno, mas uma casa dedicada ao Eterno. O Eterno nunca quis morar numa determinada casa mas sim no coração dos homens.  

A função do Tabernáculo era aperfeiçoar o relacionamento do Eterno com os homens. Simbolizava a presença do Eterno no meio do povo.

1 Reis 8 (PAG 4,5)

27Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que o céu, e até o céu dos céus, não te podem conter; quanto menos esta casa que edifiquei!    28Contudo atende à oração de teu servo, e à sua súplica, ó Senhor meu Deus, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo hoje faz diante de ti;    29para que os teus olhos estejam abertos noite e dia sobre esta casa, sobre este lugar, do qual disseste: O meu nome estará ali; para ouvires a oração que o teu servo fizer, voltado para este lugar.    30Ouve, pois, a súplica do teu servo, e do teu povo Israel, quando orarem voltados para este lugar. Sim, ouve tu do lugar da tua habitação no céu; ouve, e perdoa.   

A Porção da Torá desta semana contém descrições detalhadas dos muitos utensílios usados. Dessa maneira, D’us dedica vários versículos a cada componente, descrevendo suas medidas exatas e o aspecto, para que Moisés entendesse exatamente como construir cada utensílio.

Esta Porção da Torá, que parece conter apenas uma lista dos diversos objetos, aparentemente tem uma aparência um tanto monótona. Entretanto, logo no início nos defrontamos com uma estranha discrepância.

Ex 25:10 (PAG 6)

10Também farão uma arca de madeira ,de acácia; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a sua altura.    11E cobri-la-ás de ouro puro, por dentro e por fora a cobrirás; e farás sobre ela uma moldura de ouro ao redor;  

No início da explicação da Arca Sagrada, D’us ordena a Moisés: “Eles construirão a Arca”, usando a forma plural, como se falando a um grupo de pessoas que participarão na construção das várias partes do Tabernáculo.

Certamente era de se esperar que a descrição de cada um dos demais itens seguisse esta estrutura gramatical semelhante. Entretanto, este não é o caso.

Na verdade, a Arca é o único objeto na forma plural; todos os outros itens da descrição são precedidos pela ordem no singular “Tu construirás,ou farás.” parecendo indicar que uma única pessoa estaria envolvida na confecção daquele objeto.

Como resolver esta contradição? Os comentaristas explicam que os muitos utensílios e as vestimentas dos Sacerdotes (Cohanim) do Tabernáculo não eram escolhidos ao acaso.

Dessa maneira, cada utensílio e sua descrição continham numerosas mensagens e temas para o povo de D’us.

A Arca Sagrada, explicaram os comentaristas mais tarde, corresponde à Torá e o seu estudo; pois a Arca continha o verdadeiro Rolo da Torá e as Tábuas dos Dez Mandamentos entregues diretamente a Moisés por D’us.

Portanto, a descrição da Arca deveria nos fornecer alguma percepção sobre a natureza da Torá e seu estudo.

Neste estilo, Rambam (Rabi Moshê ben Maimon) procura esclarecer  esta contradição.

Qualquer projeto ou empreendimento, assumidos em nome do povo de D’us, a pessoa poderia se considerar um parceiro, simplesmente por contribuir com dinheiro ou outros recursos para finalizarem o projeto.

Por este motivo, para todos os outros utensílios do Tabernáculo, a Torá dirige sua ordem somente a Moisés, pois o povo já fizera sua parte ao contribuir com a matéria prima para a construção.

Entretanto, este não é o caso quando se trata do estudo de Torá. A ordem de construir a Arca, é dirigida não apenas a Moisés, mas a todo o povo .

D’us deseja indicar que embora o povo tenha contribuído com prata e ouro, deve apesar disso participar da real construção da Arca Sagrada – que é o estudo de Torá.

Não devemos pensar que a Torá é um livro fechado, reservado para eruditos e mentes brilhantes. A Torá pode ser estudada em muitos níveis diferentes e de vários ângulos, de forma que cada indivíduo pode abordá-la segundo seu próprio nível. Do amador ao grande erudito, a pessoa só tem a ganhar estudando-a.

Porque um Tabernáculo

Um príncipe viajou de um país distante para casar-se com a filha única do rei. Quando quis partir com ela, o rei disse: “Não posso deixá-la partir, ela é minha filha única”.

Por outro lado, ela também é sua esposa, e não tenho o direito de detê-la aqui. Por isso, te peço um favor. Construa um quarto extra para mim, onde quer que se estabeleçam; de maneira que eu possa viver perto de vocês!”

Curiosidade: Segundo Rashi o mandamento de D’us para se construir o Tabernáculo somente foi dado depois que Israel pecou com o evento do bezerro de ouro.

O povo de Israel estava já sem esperança, distanciado de Deus, após pecar adorando a um bezerro feito de ouro. O Senhor, contudo, ultrapassa este pecado profundo no relacionamento com seu povo, para mostrá-los o caminho de volta à casa do pai.

Era necessário um intermediário. E é aqui que entra o Tabernáculo, com todas as suas simbologias do sacrifício expiatório do ungido do Senhor, trazendo uma nova oportunidade para o povo se aproximar de Deus.

Vemos que cada detalhe, dos rituais e utensílios do Tabernáculo traz uma mensagem de que Deus desejava ardentemente se fazer acessível ao homem, e perdoá-lo.

As Chaves das Três Parábolas

D’us é comparado:

1 – A um pastor 2 – A um vinhateiro  3 – A um pai

Por que é necessário haver três parábolas diferentes?

Na verdade, estes são três momentos diferentes da história do povo de D’us. Em cada época, D’us manteve uma relação distinta com o seu povo..

1 – Quando o Povo de Israel perambulou pelo deserto, o ponto de encontro era um Tabernáculo parecido a uma tenda de pastor. Um pastor não vive em um lugar fixo. Segue o rebanho onde este vai para pastar e arma sua tenda perto das ovelhas para protegê-las e procurar-lhes comida.

Do mesmo modo, D’us “guiou” o seu povo pelo deserto. Como um pastor fiel, guardou-os dia e noite e estendeu Suas nuvens ao redor deles, e os alimentou com maná, aves, e água da fonte.

2 – Em Israel o rei Salomão construiu o Templo Sagrado para D’us, um edifício de pedra. Assim como o vinhateiro cuida do vinhedo, do mesmo modo D’us protegeu a Terra de Israel de todos os inimigos. Mesmo assim, o Templo Sagrado foi comparado apenas a uma “choupana” e não a um lugar permanente, pois não durou para sempre. D’us predisse que o Templo Sagrado continuaria existindo somente enquanto os filhos de Israel guardassem fielmente a Torá. Quando abandonaram as ordenanças de D’us, o Templo Sagrado, ambos o primeiro e o segundo, foram destruídos.

3 – Quando Mashiach vier e D’us nos der o terceiro Templo Sagrado, esse será comparado a um “lar” – pois durará para sempre. Então todos verão que D’us é nosso pai e que somos Seus filhos.

O Tabernáculo físico de madeira, contudo, era apenas um símbolo para a verdadeira habitação da Shechiná – o coração de cada um.

Os Materiais Necessários para a Construção

D’us ordenou que quinze diferentes materiais fossem coletados para a construção do Tabernáculo e seus componentes. Cada material foi selecionado por D’us para conceder ao seu povo uma bênção especial, ao doá-lo.

Analisaremos alguns :primeiro o ouro, a prata e o cobre.

Segundo o Talmud: D’us disse: “Que o ouro doado para o Tabernáculo expie o ouro erradamente doado para o bezerro de ouro.”

Há três tipos de caridade, justiça social (tsedacá), que podem ser comparados ao ouro, prata e ao cobre. A oferta que a pessoa dá quando ela e sua família são ricas e as coisas vão bem é comparada ao ouro.

Apesar de ser dada sem nenhuma razão em especial, protege o doador de futuras eventualidades. (PAG 10)

ZHanoten Bari (Aquele que dá quando tem saúde).

זהאנותן בָּאֲרִי

זָהָב      Zahav

Há, então, um segundo tipo de caridade, a caridade que a pessoa dá quando adoece. É menos efetiva, uma vez que é dada num momento de necessidade; sendo, portanto, comparada à prata.

Se a pessoa adia a doação de caridade até que esteja gravemente doente o valor de sua caridade é reduzido a cobre.

Madeira de cedro de shitim (acácia)

Por que D’us prefere a acácia a todos os outros cedros?

O cedro de shitim foi escolhido por D’us porque não dá frutos. D’us queria dar exemplo a alguém que constrói uma casa. A pessoa deveria desta forma raciocinar: “Se até o Rei dos Reis construiu Seu palácio da madeira de uma árvore estéril, nós certamente não podemos utilizar a madeira de uma árvore frutífera para este propósito!”

D’us Mostra a Moisés a Planta do Tabernáculo

Segundo o Talmud, Ex 19:3 E subiu Moisés a Deus, e o Senhor o chamou do monte…

Quando Moisés subiu a D’us mostrou-lhe o desenho exato que devia seguir para construir o Tabernáculo. Este teria três seções:

1 – O Santo dos Santos: Era a seção mais santa do Tabernáculo que continha a arca com as Tábuas da Lei.

Na entrada do Santo dos Santos pendia um cortinado chamado parôchet. Este cortinado dividia o Santo dos Santos da segunda seção, o côdesh.

Somente o sumo-sacerdote tinha permissão Divina de entrar no Santo dos Santos, e somente um dia por ano: no Yom Kipur.

2 – A segunda parte do Tabernáculo era menos sagrada que o Santo dos Santos. Chamava-se côdesh. Ali ficavam a mesa, a menorá, e o altar de incenso.

3 – A terceira parte era o pátio. Era menos sagrado que o côdesh. Ali Moisés colocou o grande altar de cobre sobre o qual eram oferecidos todos os sacrifícios de animais.

PAG 11,12,13

A Arca  PAG 14,15,16

De todos os utensílios do Tabernáculo, D’us ordenou que a arca fosse construída primeiro.

A arca constava de três caixas abertas na parte superior; uma encaixava dentro da outra. A caixa menor era de ouro puro, e encaixava dentro de uma de madeira. A caixa de madeira encaixava dentro de uma caixa maior, que era feita de ouro. Desta maneira, a arca de madeira, era folheada a ouro por dentro e por fora, exatamente como D’us ordenara.

A caixa de ouro externa tinha um rebordo de ouro, semelhante a uma coroa. A arca onde as tábuas foram guardadas simbolizava a Torá, e os ornamentos representavam a Coroa do estudo da Torá.

O que a Arca Simbolizava

D’us conferiu ao seu povo três “coroas” (posições de grandeza):

  • A coroa da Torá, que era representada pela arca.
  • A coroa do sacerdócio, que era representada pelo altar.
  • A coroa da monarquia, que era representada pela mesa.

A arca também representava o estudioso de Torá.

As arcas interiores e exteriores eram de ouro, para indicar que os sentimentos íntimos de um estudioso de Torá devem espelhar sua conduta externa.

As Barras da Arca :
De ambos os lados da arca havia duas varas de madeira revestidas de ouro, que passavam por arcos e que possibilitavam o transporte da arca de um lugar a outro.

D’us deu uma ordem especial: as barras deveriam permanecer nos anéis o tempo todo. Não podiam ser removidos nunca, nem mesmo quando o povo acampava.

 A eterna presença das hastes na arca simboliza o conceito de que a Torá não está vinculada à lugar algum. Onde quer que o povo fosse voluntariamente ou não, sua Torá também iria com eles, pois o meio de seu transporte está sempre atado à ela.

A Cobertura da Arca

A arca tinha uma coberta de ouro, chamada capôret. Capôret deriva da palavra capará, expiação, indicando que este ouro expia pela transgressão do povo judeu de ter doado ouro para a construção do bezerro.

Os Querubim – Os Anjos de Ouro

D’us ordenou a Moisés que pegasse uma grande pepita de ouro, e esculpisse tanto a cobertura da arca quanto os Querubins, os anjos, que ficam sobre essa cobertura da arca.

Os Querubins não eram esculpidos como elementos separados; mas emergiam da própria cobertura. Encaravam-se mutuamente, estendendo as asas sobre a arca.

Apesar de uma maneira geral, ser proibido fazer estátuas, os Querubins eram exceção, uma vez que foram construídos sob uma ordem especial de D’us.

Os Querubins nos dão uma lição sobre a proteção de D’us. A arca representa o estudo de Torá. D’us colocou anjos sobre a arca para demonstrar-nos que Seus anjos protegem aqueles que estudam a Torá.

Cada Medida do Tabernáculo é Importante

A Torá não somente descreve o Tabernáculo e seus objetos, mas também menciona o comprimento e largura de cada objeto.

A Torá enumera todas as medidas para nos ensinar que, já que todas as partes e objetos do Tabernáculo eram construídas, exatamente segundo as medidas estipuladas por D’us, tinham uma santidade especial.

As medidas nos ensinam também lições importantes, por exemplo:

Todas as medidas da arca continham côvados médias: o comprimento era de 2 1/2 amot, sua largura 1 1/2 amá, e a altura tinha 1 1/2 amá. Não tinha uma só medida de amot completa, enquanto que todos os demais objetos do Tabernáculo mediam amot completos.

A arca representa o estudioso de Torá. Um verdadeiro sábio nunca se orgulha de seus feitos, pois se sente incompleto; sabe que quanto mais estuda, tanto mais tem que estudar.

Portanto, independentemente de quanto da Torá tenha aprendido, é humilde. Para nos ensinar como deve comportar-se um erudito da Torá, D’us nos deu meias medidas para a arca, em sinal de que, mesmo depois de ter estudado muita Torá, estamos longe de conhecer a totalidade da Torá.

A Mesa PAG 17,18,

Após a arca, D’us ordenou a Moisés; “Faça uma mesa, e ponha na seção côdesh do Tabernáculo. Sempre deve haver doze fornadas de pão sobre a mesa.” A mesa era feita de madeira e coberta de ouro.

Duas varas de madeira recobertas de ouro passavam por aros de ambos lados da mesa. A mesa também possuía cinco prateleiras para acondicionar os pães.

O que a Mesa Simbolizava

Quando D’us criou o mundo, criou algo do nada. Desde então, quando deseja realizar uma multiplicação miraculosa, Ele faz com que isto flua de algo já existente e não mais algo proveniente do nada.

A mesa era o meio através do qual a bênção dos alimentos fluía .D’us, por isso, ordenou que esta jamais deveria ficar vazia.

Isto é ilustrado através do relato sobre o profeta Eliseu, que disse a uma mulher pobre que ela deveria ter algo em casa sobre o qual a bênção de D’us pudesse pairar.

Ao abençoar as refeições, nunca deve-se deixar a mesa sem alimento algum, uma vez que a bênção do alto não paira sobre uma mesa vazia.

Afortunado é o homem em cuja mesa encontram-se duas coisas: palavras da Torá e uma porção para o pobre.

O Candelabro PAG 19,20,

D’us ordenou a Moisés que colocasse uma menorá (candelabro) perto da mesa no Tabernáculo. Explicou a Moisés: “Será de ouro maciço e terá sete braços. Todos os braços terão três tipos de ornamentos:

  • Taça,Botão e Flor

Toda a menorá, inclusive os ornamentos, devem ser feitos de um bloco único de ouro sólido.” No alto de cada braço deveria haver uma lâmpada, um pequeno recipiente para conter o azeite e o pavio.

O Milagre da Luz do Meio da Menorá

Quando o cohen enchia as sete lâmpadas da menorá de azeite à tarde, vertia a mesma quantidade de azeite em cada uma. Na manhã seguinte, seis das luzes se haviam consumido, mas a luz do meio estava acesa. O cohen utilizava a luz do meio para acender as outras seis luzes. D’us milagrosamente mantinha constantemente acesa a luz do meio.

O que a Menorá Simbolizava

A menorá representava a sabedoria da Torá, que é comparada à luz.

Ninguém pode ser um fiel observante dos preceitos da Torah sem estudar a Torá. Salomão comparou os preceitos da Torah ás luminárias. (“Pois a mitsvá é uma lamparina e a Torá é luz”, Provérbios 6:23).

Uma luminária não brilhará, a não ser que seja acesa. Similarmente, a pessoa não pode observar os preceitos da Torah corretamente, a não ser que seja iluminado pelo estudo da Torá. Àquele a quem falta conhecimento de Torá está fadado a tropeçar.

Somente aquele que estuda Torá tem uma brilhante luz que o alerta sobre os poços espirituais encontrados na jornada da vida.

É importante notar que a menorá ficava localizada fora dos Santo dos Santos. Isto demonstrava claramente que a arca e tudo o que ela representa não requeriam luz. A Torá é sua própria luz.

O que Aprendemos sobre a Menorá que foi Talhada de um Bloco Sólido

A menorá deveria ser moldada de uma única pepita de ouro e simbolizava a indivisibilidade da Torá. A vida com D’us deve ser construída sobre um conjunto de valores.

Não pode ser uma miscelânea de componentes e peças separadas, enxertadas juntas para servir à conveniência de qualquer um.

O que as Vigas do Tabernáculo Simbolizavam

Ao contrário das vigas normais de construções, que são deitadas horizontalmente, estas tábuas ficavam de pé sobre o solo verticalmente. Esta posição simboliza o objetivo espiritual do homem de unir os reinos terreno e celestial, sua natureza inferior com seus elevados potenciais e aspirações.

As tábuas também eram unidas através de uma viga central que corria horizontalmente através de orifícios entalhados no centro das tábuas. A viga central unia e suportava miraculosamente toda a estrutura do Tabernáculo. Simboliza o Mashiach que unirá todas as nações do mundo.

As Coberturas do Tabernáculo PAG 21,22,

A cobertura superior do Tabernáculo consistia de diversas camadas de tapeçaria. A camada interior da tapeçaria, que compreendia o teto do Tabernáculo era de lã azul-celeste, de beleza estonteante.

Se alguém olhasse para o teto do Tabernáculo, parecia que estava olhando para o céu.

Cobrindo as paredes e o espaço aéreo do edifício, a cobertura unificava tudo que havia dentro do Tabernáculo; significando que a arca, a mesa, a menorá e o altar não eram utensílios distintos. Eram, sim, partes de um todo unificado.

De fato, isto representa a filosofia da Torá na vida do seu povo: estudos, orações, negócios, e assim por diante trabalham juntos em direção a um único objetivo espiritual.

O Santuário  PAG 23

Na época do encontro com D’us no Monte Sinai, o povo foi ordenado a fazer um micdash, “santuário”, para que D’us pudesse habitar entre eles (Shemot 25:8). Essa estrutura portátil (contendo a Arca da Aliança) viajou com o povo  durante 40 anos no deserto enquanto eles estavam estabelecendo a Terra de Israel.

Então, há cerca de 3.000 anos, o Rei David construiu um altar sobre o Monte Moriá em Jerusalém (o local da amarração de Yitschac e do sonho de Yaacov). E neste lugar, o filho de David, Shelomô, construiu o primeiro Templo – tornando permanente o “santuário”, portátil.

O Templo foi chamado de Beit Hamicdash, “a Casa Sagrada”. O aspecto de “casa” foi reforçado de muitas maneiras: com os móveis do Templo em si eram uma mesa e uma lamparina (com um altar de incenso).

O Santuário interior era chamado chadar mitot “quarto”. O pátio externo servia para a função de quintais naqueles tempos, para o preparo da comida, para lavar as roupas etc.

O que significa o conceito de “casa” em relação a D’us?

O bet é a letra hebraica cujo valor numérico é dois. Seu significado literal é “casa” .

Assim, uma casa de um casal inclui duas pessoas de natureza e personalidades distintas. Aqueles traços de caráter que o cônjuge acha insuportável são deixados do lado de fora, e aqueles elementos comuns aos dois são incluídos e acentuados na casa.

 À medida que o casamento progride, os dois lados se descartam do comportamento insuportável e aprendem cada vez mais a apreciar seus sonhos e objetivos em comum.

Como isso se relaciona com D’us?

D’us e homem são elementos tão distintos quanto poderiam ser. D’us é a suprema essência espiritual, sem materialidade. O homem é material físico, com uma aparente falta de muita espiritualidade.

Para resolver o problema da distância entre materialidade e espiritualidade, D’us criou um local no mundo material que serviria como uma casa, onde Israel e D’us poderiam se unir com seus pontos em comum e aumentar a intimidade.

Este na essência foi o sonho de Yaacov. Enquanto fugia de seu irmão Essav, Yaacov adormeceu no topo de uma montanha, que a tradição diz ser o Monte Moriah. Ele sonhou com uma escada, que descia do céu até o lugar onde ele dormia, enquanto anjos subiam e desciam por ela. Acordou, impressionado, e exclamou:

“Como esse local é inspirador! Deve ser a morada de D’us. É o portão para o Céu.” (Bereshit 28:17)

Yaacov entendeu que este ponto era o local do futuro Templo… pois o Templo é a escada, por meio da qual céu e terra se beijam.

Como a Presença Divina era manifestada no Templo?

O Talmud (Avot 5:7) declara que havia 10 milagres contínuos no Templo: “Nenhuma carne apodrecia, nenhuma mosca era vista ali… a chuva não apagava o fogo Divino, etc.

Além dessa constante corrente de milagres, algo sobre o número dos milagres nos mostra algo importante. O número 10, quando usado no texto judaico, representa a totalidade de um sistema, assim como o número 10 representa a totalidade dos integrantes da unidade.

Na verdade, o Talmud relaciona os 10 milagres no Templo na mesma série que os dez pronunciamentos pelos quais o mundo foi criado. Assim como o mundo em sua totalidade abrange 10 pronunciamentos de D’us, também o Templo consiste de 10 elementos, que compõem um mundo inteiro.

Em outras palavras, o Templo é um mundo “paralelo”,  porém mais refinado e parecido com o Divino.

É um mundo de carne, mas a carne não apodrece. É um mundo de umidade e chuva, que não extingue a chama do altar. Na manifestação mais física do espírito Divino, é como se D’us tivesse Se mudado para esta “casa”.

O homem, por outro lado, deve elevar-se a fim de entrar nesta casa..

O Templo é onde o humano e o Divino incluem seus pontos em comum, e onde os dois podem se abraçar e unir – mesmo que somente por um momento.

Chegará o dia em que seremos chamados novamente para “casa” de D’us.

E neste dia não haverá derramamento de sangue. O Messias virá como Rei e conheceremos toda  a verdade .